Vereadora reforça suspeitas do contratos de R$ 30 milhões e parceria com hospital

Na última semana, a vereadora Anna Carolina, do PSDB de Itajaí, levantou suspeitas sobre o contrato firmado entre a Prefeitura de Itajaí e o Hospital Imigrantes, de Brusque, que receberá R$ 22 milhões para a realização de cirurgias eletivas. Os valores totais dos contratos da Prefeitura de Itajaí chegam a R$ 30 milhões.
O Hospital Imigrantes é gerido pelo Instituto Imas, que é sediado em Itajaí. Segundo a vereadora, o valor despendido para o hospital é cerca de três vezes mais do que em instituições semelhantes e o próprio governo do estado.
Anna Carolina participou de entrevista no programa Rádio Revista Cidade, da Rádio Cidade, na manhã desta segunda-feira (22). Questionada pela equipe de jornalismo da emissora, a vereadora fez diversos apontamentos sobre a situação.
“O que chamou atenção é que o Hospital Imigrantes foi comprado recentemente pelo Imas, que é quem faz a contratação de médicos, técnicos de enfermagem e enfermeiros na cidade de Itajaí. Em um ano, já lucraram mais ou menos R$58 milhões”, relatou a vereadora.
A parlamentar ainda lembrou que a compra do Hospital Imigrantes é recente. O fato ocorreu no mês de março de 2023 e, segundo Anna Carolina, sem a documentação necessária para o tipo de serviço prestado pela instutição.
“Essa compra do Imigrantes foi muito recente. Na hora de entregar toda a documentação, que é necessária para fazer o credenciamento, teve alguns equívocos. Por exemplo, um documento muito importante que não foi cobrado é o CNEC (Cadastro Nacional de Estabelecimentos da Saúde), que o Imas de Brusque não tem. Confirmei com a Secretaria de Saúde do estado e de Brusque. Fizeram o pedido, mas ainda não tem”.
Outro ponto levantado é a falta de constância nos dados após a troca de admnistração, causada pela ausência de documentação que comprovem itens como o número de leitos, por exemplo.
“O Hospital Imigrantes, com a administração atual, a gente não sabe (quantos leitos tem), porque essa documentação também não chegou. Sou obrigada a questionar o contrato porque, por exemplo, eles botaram 'cirurgias ortopédicas’ e definiram um valor, só que a cirurgia ortopédica na tabela do SUS tem diversas especialidades. São valores diferentes”.
Por fim, a vereadora comenta as ações tomadas pelo mandato para que os fatos sejam esclarecidos.
“Fiz alguns pedidos de informação para a Prefeitura, que é documental, e eu sei que eles não têm os documentos, mas quero saber por que eles aceitaram mesmo não tendo. Também levei para o conhecimento do Judiciário e do Ministério Público”, finalizou.