Alonso Torres fala sobre delegado Renato

A morte do delegado de Polícia Civil recém aposentado Renato Hendges, mais conhecido no mundo policial como Renatão, causou tristeza e luto nos indivíduos que estão ligados, diretamente ou não, com a segurança pública em nível de estado. Uma dessas pessoas é o delegado Alonso Moro Torres, responsável pela Delegacia de Proteção a Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (Dpcami) de Brusque. E foi ele quem recebeu a reportagem da Rádio Cidade na manhã desta quarta-feira (16), a fim de prestar uma homenagem póstuma ao seu grande amigo e colega de trabalho.

No início da conversa, o delegado lembrou sobre dois casos ao qual somaram forças, trabalhando juntos, o que resultou na elucidação de sequestros ocorridos em Brusque. Trata-se do caso envolvendo o sequestro da família de Eder Antônio Cavalca, ocorrido em maio de 2004 e, também, o sequestro forjado de Jorge Luiz Pruner, empresário brusquense, fato que aconteceu em 2006. Na primeira ocorrência, as cinco pessoas responsáveis pelo crime foram presas. No segundo, conseguiu-se provar que Pruner havia forjado o próprio desaparecimento. Neste caso, ele chegou, até mesmo, a amputar um dos seus dedos, a fim de receber certa quantia de seguros. Alguns anos depois, Pruner foi encontrado morto no santuário de Azambuja.

“Nesta área de seqüestros e cárcere privado ele era uma referência nacional. Não só no estado catarinense, mas a nação policial brasileira conhecia o delegado Renato. Ele foi uma referência e vai continuar sendo uma referência”, afirma Alonso Moro Torres. Ainda de acordo com o comandante da Dpcami brusquense, a contribuição de Hendges sempre foi desmedida e constante através dos 48 anos de serviços prestados, sem que se envolvesse, necessariamente, com política. “Seus ensinamentos e seus trabalhos sempre serão lembrados na Policia Civil catarinense”, pontua.

De todas as características positivas que Renatão possuía, Alonso não tem nenhuma dúvida em responder que a principal delas é o sacerdócio, o comprometimento com a profissão. “O trabalho da Polícia Civil recebe a influência maléfica da política. Quando se envolve política o meio não prospera. Prosperam os interesses políticos e pessoais. E o delegado Renato entendeu isto durante sua vida policial. Ele trabalhou pelo seu sacerdócio, tanto é que nunca exerceu um cargo do alto escalão. Trabalhou pela sua comunidade”, finaliza.

Publicado por Lana Martins

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