Mulher que matou e ocultou corpo de companheiro em freezer passa por primeira audiência

Nesta segunda-feira (08), às 14h ocorreu a primeira audiência referente ao assassinato de Valdemir Hoeckler de de 52 anos, no Fórum da Comarca de Capinzal no Meio-Oeste catarinense.
A denúncia relata que a ré confessa, Claudia Tavares Hoeckler de 40 anos, companheira da vítima, teria dopado o marido com medicamentos de rotina para que ele dormisse, e em seguida amarrou pelos pés, pernas e braços para que ele não conseguisse se mexer. Após imobilizá-lo, Claudia colocou uma sacola de plástico na cabeça da vítima, o asfixiando, ela prendeu a sacola com pedaços de borracha, deixando-a bem apertada, causando a morte de Valdemir.
A denúncia traz em um de seus trechos a seguinte frase: "Ela agiu com brutalidade fora do comum e notável contraste com o mais elementar sentimento de piedade, submetendo a vítima a sofrimento desmedido e desnecessário, tudo sob absoluta ausência de qualquer sentimento humanitário”.
Valdemir estava desaparecido desde o dia 14 de novembro de 2022, quando não foi ao seu local de trabalho, as buscas iniciaram no dia 15. A Polícia Militar, Civil, bombeiros voluntários e a própria comunidade foram empenhadas nas buscas pelo homem, porém sem sucesso. No dia 18, a companheira da vítima prestou depoimento na Delegacia de Polícia Civil, mas o Delegado Bonamigo disse que algumas lacunas continuaram abertas e sem resposta plausível.
Bonamigo também diz que: “Em seu depoimento, a mulher de Valdemir consentiu e autorizou a realização de perícia no interior da sua casa para a noite do dia 19. No entanto, horas antes da perícia chegar ao local, a polícia tomou conhecimento de que a esposa da vítima havia fugido. Alguns moradores informaram que a casa havia sido trancada como nunca havia ocorrido antes”.
Com esse fato muito curioso a equipe de investigação começou a desconfiar que o corpo estaria sendo ocultado dentro da casa. A suspeita se confirmou quando durante as buscas no interior da residência, o corpo do homem foi encontrado congelado dentro de um freezer.
Claudia havia fugido, isso já era um fato, agora na cidade de Curitiba, no Paraná, no dia 20 participou de uma entrevista de uma hora em um canal de Youtube com um ex-apresentador do programa Investigação Criminal. Durante a entrevista a ré contou detalhes sobre a vida do casal, informando várias coisas como, o ciúme possessivo da vítima, disse também que: “Ele não me deixava fazer nada, simplesmente eu não tinha vida própria. Eu não podia sair com as amigas. Eu ia ao salão fazer o cabelo e tinha que sair com o cabelo molhado, porque ele estava me enchendo o saco por estar demorando. Tinha que correr contra o tempo, a minha vida sempre foi sob pressão”.
“Não podia me arrumar para essas ocasiões, porque não eu ia ta me arrumando para outro”, também comenta Claudia.
O delegado disse que a entrevista ao canal “Foi criada esta situação para promover comoção pública”.
Claudia se entregou na tarde do dia 21 de novembro, no dia seguinte à entrevista.
O Ministério Público de Santa Catarina denunciou Claudia e agora a Promotoria de Justiça de Capinzal pretende que a acusada vá a júri popular por homicídio duplamente qualificado por se tratar de asfixia e emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, além de falsidade ideológica e ocultação de cadáver.
Segundo o delegado responsável pelo caso, a mulher durante o depoimento na delegacia, não apresentou sinal de arrependimento, se mostrou tranquila pelo fato de ser presa e ainda disse que durante o período de reclusão não teria mais ninguém que pudesse oferecer perigo a ela.
Em um trecho da entrevista ao canal, Claudia diz, “vou estar presa, mas estou leve. Tive que tomar essa decisão, porque vi que era ele ou eu. Ele não ia me deixar em paz nunca”.
Claudia encontra-se presa no presídio feminino de Chapecó.
Fonte: NDmais