O descaso da administração municipal de Itajaí com o Bairro Limoeiro, segundo palavras dos próprios moradores daquela região, situada na divisa com o município de Brusque, está levando a comunidade a propor que a localidade seja anexada a Brusque, pela proximidade com o centro da cidade e a possibilidade de uma atenção maior por parte do poder público municipal. A insatisfação ficou evidente durante reunião realizada na segunda-feira (31), no salão comunitário, quando o objetivo era discutir a segurança pública.
A sugestão inicial partiu do prefeito de Brusque, Paulo Eccel, após ouvir dos moradores que estão carentes de atenção em diversas áreas, em especial na saúde. Um deles afirmou que o posto de saúde local só disponibiliza seis consultas diárias, falta um posto bancário, as ruas e praças estão sem o cuidado do setor de obras da prefeitura itajaiense, além de outras questões, como instalação de redutores de velocidade na via principal. Para que a proposta decole, o prefeito de Brusque disse que depende, inicialmente, da manifestação dos moradores, posteriormente das câmaras de vereadores e prefeituras das duas localidades.
A manifestação efusiva dos moradores com a proposta deixou clara a insatisfação atual. O contador Álvaro Laurentino, antigo morador do Limoeiro, disse que sempre foi contra a proposta da anexação de seu bairro a Brusque, mas que mudou de ideia e, hoje, já cogita essa possibilidade, assim como outras famílias tradicionais.
É fruto de um retrospecto dos últimos 15 a 20 anos. Nasci aqui, somos itajaienses e assim queríamos permanecer, mas o que viemos observando, não pelo lado partidário da coisa, mas entra prefeito, sai prefeito e nossas reivindicações não repercutem, comentou.
O líder comunitário Luis Sérgio Tambosi, que presidiu a Associação de Moradores do Limoeiro até pouco tempo (o cargo está vago), defendeu uma consulta ampla à população da comunidade para direcionar o encaminhamento do assunto, mas também se mostrou favorável à proposta, tendo em vista que a anexação facilitaria o atendimento da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e outras instituições brusquenses em seu bairro, o que hoje não ocorre. Ele lembrou que os moradores do Limoeiro se dirigem a Brusque quando precisam pagar uma conta, realizar alguma transação bancária e que a proximidade com o centro brusquense facilita essa interação.
O presidente da Câmara de Vereadores de Brusque, Guilherme Marchewsky, que também esteve presente na reunião, disse que a proposta deve ser analisada pelos moradores e depois pelos poderes constituídos dos dois municípios. Ele acredita que a manifestação popular pode, no mínimo, alertar a administração municipal de Itajaí para os problemas enfrentados no Limoeiro e passar a atender as reivindicações.