A entrevista do vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Brusque (Sintimmmeb), Eduardo de Souza, à Rádio Cidade na última segunda-feira (2) levou a direção da Unimed Brusque a rebater as colocações feitas por ele sobre o Sintimmmeb Saúde, plano de saúde criado pelo próprio sindicato. Segundo disse Souza na ocasião, a entidade sindical foi obrigada a criar o plano por conta de exigência da Agência Nacional de Saúde (ANS). Algo que foi contestado pela diretoria da cooperativa.
De acordo com o presidente da Unimed Brusque, Carlos Germano Ristow, em nenhum momento a ANS exigiu que o sindicato criasse um plano de saúde. O que ocorreu foi que a agência identificou uma ação que não poderia ser praticada e que estaria em desacordo com as normas emitidas por ela, que era a de controle dos procedimentos médicos solicitados pelos profissionais. Quando o usuário do plano precisava de algum serviço deveria passar no sindicato e obter autorização da entidade antes de encaminhar para a realização. Segundo Ristow, a ANS determinou o fim do procedimento desta maneira.
Com isso, a Unimed teria dito ao sindicato que somente iria proceder aos serviços dentro do que solicitou a ANS, o que teria originado o descontentamento por parte da direção do sindicato, culminando com a criação do plano Sintimmmeb Saúde.
“Houve visitas dos fiscais (da ANS), a Unimed acabou sendo isentada da responsabilidade, porque o plano estava todo legalizado e estávamos cumprindo com tudo que a agência exigia. Não sei isso é exatamente o que fez o sindicato tomar por criar um plano próprio. O sindicato terá de cumprir todas as obrigações que a agência exige”, pontua Ristow.
Ele afirma que o sindicato falta com a verdade ao divulgar que o Sintimmmeb Saúde é igual ou até melhor que o oferecido pela Unimed. O motivo é que enquanto o da cooperativa tem cobertura nacional, o do Sintimmmeb atende somente usuários de Brusque, Guabiruba e Botuverá, que é o que está registrado na ANS. “Se o paciente estiver em outra região do país e precisar de atendimento, não sei como eles vão fazer”, comenta o médico.
Apesar do impasse, Ristow afirma que não há intenção da cooperativa de romper o contrato com o Sintimmeb. Atualmente, são 10.207 pessoas atendidas através do plano com o sindicato. O contrato entre as duas partes existe desde 1996, antes da criação da ANS.