Como já era esperado, a greve deflagrada por parte dos servidores públicos municipais de Brusque foi o assunto principal na sessão desta terça-feira (25) da Câmara Municipal. Plenário completamente lotado pelos grevistas, o encontro teve cartazes, discurso de representante da categoria e manifestos de apoio de vereadores da oposição e da chamada “bancada independente”, e cautela nas palavras por parte do grupo governista.

O presidente do Sindicato dos servidores Públicos Municipais de Brusque e região (Sinseb), Orlando Soares Filho, utilizou a tribuna livre para se manifestar sobre o assunto. Ele criticou pontos oferecidos pelo Executivo na negociação, principalmente no que diz respeito ao vale alimentação. Acusou, ainda, a Prefeitura de tentar boicotar informações à classe. “Quem antes era a favor da greve não deveria usar esse mesmo conhecimento e método para desinformar. Vamos deixar o servidor se informar? Que medo é esse? Apelamos para avançar. Apresentem uma proposta, senhores, para podermos continuar. Precisamos de um índice além do INPC para podermos negociar”, frisou na tribuna.

O sindicalista pediu auxílio da Câmara na negociação com o Executivo, além de apoio aos que estão em greve. Ao mesmo tempo em que discursava, cartazes eram levantados na platéia. Uma comissão foi formada e terá a participação de vereadores para uma reunião com o Executivo na quarta-feira.

Na sequência foi a vez dos vereadores opinarem sobre o assunto. Ivan Martins (PSD) defendeu “apoio incondicional” aos servidores em greve. Já Alessandro Simas (PR) disse que participou de uma comissão que negociou avanços na convenção dos servidores na legislatura anterior, mas que não obteve sucesso. Moacir Giraldi (PT do B) disse que os funcionários públicos deram uma lição de cidadania ao se lançar à greve e voltou a chamar o prefeito Paulo Eccel de mentiroso por conta da informação veiculada de que o atendimento nas creches e outros serviços seriam normal na segunda, o que não teria ocorrido, segundo ele.

Jean Pirola (PP) listou outros movimentos grevistas que ocorrem neste momento em Santa Catarina no setor público para ilustrar o que, em sua avaliação, seria a situação de descontentamento de diversos setores em várias regiões.

Dejair Machado (PSD) disse que o que desencadeou o movimento foi o projeto de lei de 2013 em que o Executivo teria cometido, segundo ele, um deslize ao prestigiar apenas uma categoria (médicos) com reajuste salarial. Disse que a Câmara fica em uma situação difícil, pois se não votar o projeto da Prefeitura sobre o reajuste não haverá pagamento.

Valmir Ludvig (PT) nãos e manifestou sobre o assunto. Já Marli Leandro (PT) disse que espera que toda a situação possa ser resolvida da melhor forma possível na reunião de quarta-feira.

José Isaias Vechi (PT) disse que greve é um instrumento legítimo e sempre defendeu o diálogo enquanto sindicalista. Além disso, que a Lei de Responsabilidade Fiscal não seja um empecilho na negociação.