Vereador teria grande número de infrações
A Câmara Municipal de Brusque viveu mais uma sessão de denúncias. Ao contrário da reunião anterior, quando o prefeito Paulo Eccel foi atingido, desta vez o alvo era um membro da oposição. Roberto Pedro Prudêncio Neto (PSD) foi apontado como proprietário de 75 infrações de trânsito cometidas em um período de pouco mais de um ano, o que, segundo o autor da referida denúncia, Amilton Ademar Maffezzolli Junior, seria motivo para abri processo por quebra de decoro parlamentar contra o pessedista.
De acordo com a denúncia, Prudêncio Neto teria cometido as infrações entre os meses de abril de 2012 e março de 2013. Entre elas estariam excesso de velocidade, uso de veículo sem licenciamento, estacionamento irregular, dirigir sem cinto de segurança e uso de celular ao volante. Com embasamento jurídico, o texto solicitava a abertura de processo de perda de mandato do vereador.
Após a leitura do documento pelo presidente da casa, Guilherme Marchewsky (PMDB), o vereador Jean Pirolla (PP) pediu que a sessão fosse suspensa por alguns minutos para que se analisasse melhor o teor do documento. Momento em que Valmir Ludvig (PT) sugeriu o adiamento da discussão e votação, com pedido de vistas. Mas foi interrompido por Marchewsky, que, em tom elevado, negou o pedido.
Não existe vereador. Pra que o senhor coloca uma situação dessas (gritando), se você sabe que não pode pedir vistas. O senhor quer tumultuar apenas, soltou o presidente da Câmara. Ludvig, ao mesmo tempo, se defendia. o senhor não precisa gritar, senhor presidente. Basta apenas dizer que não tem vistas. Não precisar gritar.
Depois de alguns minutos de interrupção, os vereadores discutiram a denúncia. Felipe Belloto (PT) disse que os documentos apresentados geram dúvidas, pois não mostram indícios para que se abra um processo. Geram dúvidas da veracidade e nãos ao o suficiente provas para que tomemos pré julgamento., porém, a formação de uma comissão serviria para verificar a veracidade ou não.
Dejair Machado (PSD) defendeu a não aceitação da denúncia. Isso aí é um documento totalmente apócrifo. O senhor mesmo acaba de dizer que não são dados oficiais. Se abrirmos aqui um precedente para receber denúncias infundadas, vamos estar, mais ou menos, querendo nos utilizar de escrituras sagradas para citar satanás. Jamais a Câmara Municipal de Brusque ouviu tamanha barbaridade: alguém querer cassar o mandato de um vereador por supostas irregularidades de trânsito. Isso, além de tudo, é vergonhoso.
Jean Pirolla disse que o documento nem poderia ter sido protocolado, pois apresentava diversos itens ausentes que o permitiriam entrar na casa. Citou casos de deputados estaduais, todos do PT, que são os que mais teriam recebido multas. Além do agravante de que esses deputados foram multados com carro público, da Alesc. O meu medo é que daqui a pouco vão tirar uma foto minha La jogando futebol e vão querer cassar meu mandato por estar sem camisa. Isso aqui não é a casa da mãe Joana, soltou na tribuna.
Valmir Ludvig disse que o que se estava pedindo era apenas para que se verifique o caso. penso que isso também faz a nossa casa refletir um pouco mais sobre denúncias.
O recebimento da denúncia foi rejeitado por oito votos contra e cinco.
Roberto Pedro Prudêncio Neto (PSD) não se manifestou sobre o assunto.