Empresários ouvem proposta

Após a polêmica criada com o anúncio de instalação de radares em Brusque, inclusive com campanhas contra a implantação dos instrumentos que aferem a velocidade dos veículos no perímetro urbano, a Prefeitura se preocupou em esclarecer as dúvidas em uma reunião da diretoria da Associação Empresarial de Brusque (Acibr) na noite desta segunda-feira (24).
No encontro, Eccel contou com a participação do secretário de Trânsito e Mobilidade, Paulo Rodrigo Sestrem, que fez à diretoria uma apresentação de como se dá a aplicação de recursos relacionados à arrecadação com as infrações de trânsito lavradas e, ainda, detalhou a respeito dos projetos de educação no trânsito desenvolvidos pela pasta, em parceria com entidades municipais.
Primeiramente, foi explicado aos diretores que o projeto ainda está em fase de construção, de maneira que possa ir para licitação cumprindo todas as exigências legais e, ainda, contemplando todos os quesitos necessários para que não haja impedimentos após sua publicação.
Estamos em tratativas constantes com o Tribunal de Contas, para que não haja problemas durante a licitação. Quando o Tribunal de Contas der o seu OK a respeito do projeto, eu me comprometo a apresentá-lo à Acibr para análise e sugestões. Minha intenção é chegarmos a um equilíbrio e formatar o melhor projeto para Brusque, afirmou Eccel.
Durante a explanação, Eccel reforçou que o diálogo com as entidades continua sendo uma prioridade para a gestão municipal e que, esta oportunidade, a exemplo de outras já realizadas, seria importante para esclarecer mal-entendidos sobre o referido projeto. Da nossa parte, não vai faltar diálogo. Estamos abertos como sempre estivemos, para dar seguimento ao que nos comprometemos no Plano de Governo municipal, e não será diferente em relação a este projeto, reiterou o prefeito.
Sestrem detalhou sobre as principais dinâmicas do projeto, especialmente, destacando que tipos de equipamentos estão previstos para aplicar em Brusque inicialmente.
O projeto prevê a instalação de oito equipamentos em semáforos, em diferentes cruzamentos da cidade, constatados por estudos de fluxo e índices de acidentes. Os conhecidos furões, servirão para detectar e punir motoristas que avancem o sinal vermelho ou que parem o veículo sobre a faixa de pedestres. Também está prevista a aquisição de 1 (um) equipamento móvel conhecido por OCR, que faz a leitura da placa do veículo e constata sua regularidade ou não, permitindo que os agentes de trânsito abordem o motoristas que tiverem irregularidades constatadas no sistema. Este equipamento é móvel e só pode ser utilizado sob a presença de agentes ou policiais militares durante as ações de trânsito.
O projeto também conta com a utilização de um equipamento de fiscalização móvel, também aplicado sob a custódio de agentes de trânsito ou policiais, com o objetivo de constatar e punir os excessos de velocidade nas vias brusquenses. No entanto, o governo municipal já adiantou alguns pré-requisitos para o uso e aplicação das sanções relacionadas a este equipamento, como por exemplo, sua proibição em vias que não tenham a identificação específica de limites de velocidade e indicação de que há fiscalização eletrônica na referida rua.
Dessa maneira, reduz a construção de travessias elevadas, os agentes podem estar em qualquer local dessa via e pode ser feito um sistema de rodízio nas ruas, obrigando o condutor a estar atento à velocidade a todo momento. Esta é a principal ferramenta que poderá reduzir a velocidade do trânsito de nossa cidade, pois acaba educando o condutor, frisou Paulo Sestrem.
Outro importante detalhe esclarecido para os presentes foi a questão do tipo de licitação, que prevê o aluguel fixo mensal, imputando à empresa vencedora compromissos de manutenção e, reduzindo as chances de corrupção do sistema.
Diante dos esclarecimentos, o presidente da Acibr, Edemar Fischer, deixou claro que a posição da entidade não é contra os equipamentos em si, mas contra uma forma de utilização que lesasse o motorista. Não somos contra a ação tomada pelo trânsito, somos a favor da fiscalização, desde que ela não seja sem identificação, considerou.
O diretor para assuntos tecnológicos da Acibr e diretor da ZM S/A, Alexandre Zen, ainda reforçou considerações sobre a importância da fiscalização. A vigilância vai nos trazer mais segurança, mais tranquilidade para o trânsito de Brusque, vai trazer respeito. Somos favoráveis desde que tenha a demonstração da aplicação dos recursos arrecadados, pontuou.