Inadimplentes têm água e gás cortados

Na última quinta-feira (20), às 19h30min, aconteceu uma reunião no salão de festas do Residencial Jardim Sesquicentenário, no Bairro Limeira Baixa, entre alguns moradores, além do advogado Ricardo Vianna Hoffmann e Paulo Vendelino Kons, membro do Grupo de Proteção da Infância e Adolescência (Grupia). O motivo da reunião, de acordo Kons, seria a situação dramática vivida por várias famílias daquele residencial, as quais relataram durante estar com as contas do condomínio em atraso e tiveram alguns serviços considerados essenciais ao ser humano interrompidos, como o abastecimento de água e gás.
Entre estas famílias, o caso de uma mãe internada durante 60 dias para tratamento de tuberculose e que teve sua água e gás cortados. Todas as contas estavam em dia, exceto os boletos referentes aos meses em que se encontrava hospitalizada, sem receber benefício previdenciário. Na residência desta senhora moram os filhos menores de idade, um menino de 11 anos e as filhas de nove, cinco e dois anos.
Ainda segundo Kons, alguns moradores relataram que os valores do condomínio em alguns casos ultrapassa o R$ 300 ao mês, sendo que a instalação de cerca elétrica, câmera de monitoramento, interfone e controle remoto do portão são cobrados dos condôminos, mas nada funciona.
Paulo Kons informou que uma ação civil pública será movida junto ao Ministério Público Estadual e Federal para resguardar os direitos básicos destas famílias.
Em contato com membros da diretoria e empresa responsável pela administração do Residencial Jardim Sesquicentenário, Fabiana Horst e Flávio Santos afirmaram que houve um exagero ao ser generalizada tal situação com os demais moradores. A inadimplência verificada no Sesquicentenário é de poucos moradores, afirmou Flávio. Segundo ele, as regras existentes naquele residencial foram acordadas entre moradores e a empresa administradora em reunião.
Ainda de acordo com Santos, alguns moradores precisam entender que em qualquer parte do Brasil ninguém conseguirá residir gratuitamente seja em casa ou apartamento sem pagar ao menos as tarifas básicas, que são água e luz. Fabiana e Flávio disseram não ser uma tarefa fácil para a diretoria e para a administradora ter de promover cortes no abastecimento de alguns apartamentos, mas é necessário. Existe morador no Sesquicentenário que está com a fatura da água em atraso há cinco meses.
Santos afirmou que "no Brasil é lei: se o cliente não pagar suas dívidas, é chamado para um acordo para quitação de seu débito, não havendo consenso seu nome vai para o SPC e posterior para o Serasa. Se a família não pagar a tarifa de energia elétrica, a Celesc irá interromper o fornecimento de energia. Se não pagar a fatura dágua, o Samae enviará um aviso e, após um período, também suspenderá o abastecimento", disse ele.
No Sesquicentenário não é diferente, afirma Santos. Ações precisam ser tomadas, pois se a diretoria e a administradora não cobrarem os inadimplentes, familiares que pagam as suas contas em dia passam a cobrar atitudes pois não acham justo estes pagarem pelo abastecimento e os inadimplentes continuar a usufruir destes serviços, declara ela.