Projeto governista rejeitado

Nos bastidores já se anunciava a polêmica em torno da votação do projeto de lei 11/2013, que disciplina a participação de Brusque ao Consórcio Intermunicipal do Médio Vale do Itajaí (Cimvi), bem como a adesão do município ao protocolo de intenções ao contrato de consórcio público e ao estatuto, instituindo o consórcio como entidade autárquica interfederativa no âmbito da administração direta e indireta do município. Polêmica que se confirmou na hora da votação.
Depois de mais de 40 minutos de leitura dos pareceres, a proposta foi colocada em votação. O governo sofreu derrota de nove votos contra seis, tendo vários de seus integrantes da base de apoio a votar com a oposição. O parecer contundente, inclusive, foi elaborado por um deles, Jean Pirola (PP).
O pepista disse que foram tentadas várias vezes se modificar pontos da proposta. Como não houve acordo com o que o governo queria, somente com a modificação total do projeto seria possível se votar favorável. Para isso Brusque teria que arcar com um custo muito alto. Diante desse argumento, votei contrário ao projeto, porque, no meu etendimento, esse projeto traria, sim, malefícios para a sociedade, disse na justificativa de voto.
Parecer que foi aplaudido pela oposição. Ivan Martins (PSD) parabenizou o pepista pela elaboração do documento. Ficamos satisfeitos pelo bom senso que falou mais alto aqui, disse na tribuna.
Celso Carlos Emydio da Silva (PSD) disse que os municípios estão se reunindo para formar pequenas estatais e vendendo serviços. Por esse motivo votou contra. Segundo ele, chamou atenção um depósito feito de forma antecipada na conta do Consórcio, mesmo sem ele ter sido ainda aprovado.
Moacir Giraldi (PT do B) rememorou a situação da Agir, cuja votação, segundo ele, tinha de ser feita rapidamente e que atá agora não se fez nada de tratamento de esgoto. Elogiou Pirola pelo parecer e criticou o prefeito. Ele nem deveria ter mandado esse projeto para cá. Brusque não perdeu, ganhou. Porque a população iria pagar essa conta, disse.
Roberto Prudêncio Neto (PSD) também parabenizou o parecer de Jean Pirola e frisou que Brusque seria prejudicada com a adesão do município ao Consórcio. Estou de maneira tranqüila, porque fizemos o bem para a cidade de Brusque, disse na tribuna.
O vereador Alessandro Simas (PR) também seguiu na linha de Pirola, de que Brusque iria ser beneficiada em um primeiro momento, mas que, com o passar do tempo, o custo para os cofres do município ficariam altos.
Marli Leandro (PT) disse que não entendeu o Brusque vai perder ao aprovando o projeto. Segundo ela, o município perdeu a oportunidade de conseguir recursos federais para implementar ações. Penso que o interesse primordial de um gestor publico é esgotar todas as possibilidades de conseguir recursos federais para implementar qualquer serviço público em seu município. E esse Consórcio facilita isso, disse na tribuna.
Edson Rubem Muller (PP) disse que votou favorável porque a proposta entrou em 2013 e o governo criou uma emenda substitutiva a pedido da Câmara. Além disso, em um dos parágrafos, o sexto, fica claro que o município manteria autonomia em relação ao Consórcio.
José Isaias Vechi (PT) disse que o tempo é que vai falar a verdade sobre a proposta. Respeitando a opinião, porque vivemos em uma democracia, mas a população brusquense hoje não ganhou nada.
Votaram favoráveis ao projeto os vereadores Valmir Ludvig (PT), Marli Leandro (PT), Felipe Belotto (PT), José Isaias Vechi (PT), Edson Rubem Muller (PP) e Célio de Souza (PMDB). Contra a proposta ficaram os vereadores Guilherme Marchewsky (PMDB), Jean Pirola (PP), Alessandro Simas (PP), André Rezini (PP), Ivan Martins (PSD), Roberto Prudêncio (PSD), Celso Emydio da Silva (PSD), Dejair Machado (PSD) e Moacir Giraldi (PT do B).