Uma empresa cuja origem partiu da divisão dos negócios dentro da própria família. Foi durante um processo de expansão, quando se juntaram engenho de arroz, uma transportadora e a construção civil. A Aradefe Malhas foi fundada no dia 20 de julho de 1990, em um momento em que o mercado têxtil de Brusque estava em franca expansão.
Segundo o auxiliar administrativo da empresa, Ronie Staack, na época havia poucas malharias na cidade. Mas foi um tempo em que surgiram várias outras, causando o boom deste tipo de empreendimentos no município. A empresa sempre foi de estrutura familiar. Ela veio de outra empresa chamada Arroz Staack, que era de três irmãos, o Ariberto, Aderbal e Fernando e o pai deles, o Hugo, conta.
Com a expansão dos negócios, cada filho foi assumindo uma parte da empresa. Fernando ficou na construção civil, Aderbal na parte do arroz e a Aradefe com o pai de Ronie, Ariberto. Em 1998, as empresas foram todas desmembradas, não tendo mais a sociedade entre os irmãos.
A Aradefe, no início, tinha apenas quatro teares, com produção de 30 toneladas ao mês, somente de moletons e malhas para cueca. Na época, a qualidade era muito inferior a que a gente produz hoje. O mercado e a tecnologia de acabamento evoluíram muito e a exigência do consumidor está cada vez maior, comenta Roni.
Hoje, a capacidade produtiva da empresa é de 300 toneladas com 33 teares, alcançando um crescimento significativo ao longo dos anos. A gente nunca fez um crescimento além do que fosse permitido no momento, sempre passo a passo, nunca uma explosão que fugisse do controle.
Atualmente, ela tem uma produção menor que a capacidade de produção da empresa. A gente tem venda de 200 toneladas, porque temos uma gama de produtos muito grande e em determinado momento uma máquina fica parada ou troca o produto. Não temos uma produção 24 horas (100%) da máquina. Mas sempre gera 180 a 200 toneladas mês.
Como em outros locais, a Aradefe sempre está produzindo a estação futura: quando é verão, produz inverno e, assim, sucessivamente. Só que agora as estações não estão mais com prazo definido. Cada vez mais o cliente deixa pra comprar em cima da hora, por isso, nós focamos na venda pronta entrega, porque a estação não tem prazo e o cliente não sabe quando vai precisar do produto. O pico de vendas da indústria fica entre junho e agosto, já que entre uma safra e outra, o cliente não sabe se vai ficar frio ou quente.
De acordo com Staack, o foco maior de vendas é na região Sul, mas há representantes em Goiânia e Minas Gerais. Cada mercado tem seu perfil peculiar e o nosso perfil de cliente está no Sul. Por isso nós procuramos atender bem ele, ao invés de procurar novos e negligenciar os antigos.
A empresa tem, aproximadamente, 85 funcionários, e Ronie conta que a estrutura hierárquica não tem padrão algum. O ambiente de trabalho é bem harmonioso, tem muitos parentes, vizinhos trabalhando aqui. É bem familiar mesmo e nós temos orgulho disso, afirma.
Ainda em 1990, quando abriu a empresa, foi aberta, também, uma filial em Criciúma, que funciona até hoje. Já começamos a vender no Rio Grande do Sul através dessa loja. Apesar de ter um mercado forte em Brusque, a Aradefe sempre dispôs de representantes em outros locais, não dependendo apenas do município sede.
Para ele, o que tem mantido a empresa bastante sólida durante os 23 anos de existência é a estrutura familiar adquirida desde o início. Por três vezes, em seguida, ela foi certificada com o selo social.
Ao finalizar, Ronie Staack diz que é preciso saber crescer com responsabilidade, ou seja, gastar menos que ganha e crescer somente o que pode. Não dar o passo maior que a perna. São estes critérios que mantêm uma empresa por 10, 20, 30, 50 anos. Basta desrespeitar algum desses aspectos que a empresa não se mantém no mercado por tanto tempo, conclui.
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