Bernadete Rocha: "A vida é um receber e um dar."

Na tarde deste sábado (14), foi realizado o café com bingo beneficente no Salão da Igreja Matriz São Luiz Gonzaga, no Centro de Brusque. O valor para participar do café, com três cartelas para o bingo, foi de 40 reais, sendo 10 reais o preço da cartela adicional.
Toda a renda do evento será revertida para a escola Charlotte, focada na educação de crianças e adultos com necessidades educacionais especiais. A ONG é uma organização sem fins lucrativos, com renda provinda unicamente de doações.
Bernadete Rocha, diretora e fundadora, em entrevista com a Rádio Cidade, ressaltou a alegria da presença massiva da população brusquense no evento, pois são justamente essas ações da instituição as responsáveis por manter a ONG e ajudar gratuitamente crianças e adultos. “Muitas crianças que vieram com diagnósticos neurológicos tremendos, hoje em dia estão casados, no mercado de trabalho e são pais. Então, valeu muito à pena.” Explicou a fundadora.
Susana Fisher, presidente da escola, contou sobre os projetos futuros da escola Charlotte para arrecadação de fundos, como macarronada e pedágio. “A gente tem várias promoções agendadas para esse ano. Estamos com a demanda grande de alunos, 38 ao total. A procura está sendo muito grande.” Afirmou, Susana. A presidente ainda afirmou que apesar de todo o cansaço, se sente grata, porque faz o trabalho de coração.
A escola chega a gastar até 32 mil reais mensais. Ainda, segunda a presidente, o ideal seria a contratação de mais professores, mas no momento a situação financeira da ONG não permite.
Saiba mais sobre a escola Charlotte:
A Escola Charlotte, há 30 anos, trabalha com a educação de crianças e adultos com necessidades educacionais especiais, com a utilização do método de reorganização neurológica desenvolvido por Glenn Doman. O método baseia-se no desenvolvimento do potencial humano a partir do estímulo frequente, intenso e duradouro das seis inteligências naturais do homem: visão, audição, tato, mobilidade, linguagem verbalizada e competência manual.
O estímulo destas seis áreas tem a função de proporcionar que a criança vivencie e passe por todo processo de desenvolvimento pelos quais qualquer outra criança passa, mas com o auxílio e direcionamento dos profissionais atuantes na escola.
A idéia inicial da escola surgiu quando a fundadora, Bernadete Rocha, deu a luz a sua filha, Charlotte Rocha Bork, uma jovem com síndrome de Down. Atualmente, a filha tem 34 anos, é casada e atuante ativa no mercado de trabalho.
Quando a Charlotte veio ao mundo sabia muito pouco sobre doenças mentais e neurológicas. A partir disso foi em busca de aprendizagem para trabalhar com sua filha. Até a casa ficar pequena para atender tantos pais interessados em saber o que fazia em sua filha. Queriam aprender para fazer em seus próprios filhos. “Quando conseguimos fazer algo bom, a gente, como ser humano, tem a necessidade de compartilhar. Porque a vida é um receber e um dar.” Contou a mãe.
Foi essa necessidade de compartilhar e de ter um espaço maior do que sua casa para atender as pessoas que a fez criar a escola Charlotte.