Hospital confirma que pagou por obra não concluída
R$ 5.280.000,00. Este o montante repassado pelo governo do Estado à administração do Hospital de Azambuja para a aquisição de equipamentos, reforma e ampliação do proto-socorro, além da construção dos seguintes espaços: centro de imagens, centro geriátrico, lavanderia e subestação de energia elétrica. Passados mais de dois anos desde que as obras iniciaram e os recursos começaram a chegar, a obra não está concluída. E mais: o pagamento à empresa responsável pela execução dos trabalhos já foi feito e sem vistoria.
A informação consta em um relatório elaborado pela comissão de avaliação e prestação de contas do Comusa, apresentada durante a reunião mensal do Conselho na semana que passou. Três convênios foram firmados entre a unidade e o governo do Estado para o repasse dos valores, divididos em parcelas. Foram nove parcelas (três de R$ 500 mil, uma de R$ 350 mil, três de R$ 573 mil e duas de R$ 570 mil) entregues ao Hospital de Azambuja, totalizando os R$ 5.280.000,00.
Procurado pela Reportagem Cidade para falar sobre o assunto, o administrador do Hospital de Azambuja, padre Nélio Schwanke, confirmou que o pagamento foi feito à empresa sem a conclusão da obra. Segundo ele, no contrato firmado entre as partes previa o pagamento dos valores em datas específicas, mas não mencionou a necessidade de vistoria pára a liberação do dinheiro. “O contrato previa que até na data “x” tinha que ser repassado o dinheiro e havia o tempo necessário também se esse dinheiro foi ou não repassado” justificou.
O relatório apresentado pelo Comusa afirma que no contrato entre a empresa Golden Boys e o Hospital de Azambuja está especificado a necessidade da vistoria para o pagamento do serviço. Padre Nélio afirma que o Hospital contactou a empresa e cobrou a continuação da obra. Nervoso ao ser questionado sobre o assunto em mais de uma oportunidade durante a entrevista sobre o pagamento da obra sem ser executada, ele disse que a reportagem estava apenas querendo fazer sensacionalismo. “Foi pago, sim. Já disse isso a você mais de duas vezes”.



