(VÍDEO) "Queria saber quem liberou esse loteamento"

A construção de um loteamento está tirando o sono e a tranquilidade de moradores de determinada área no bairro Cerâmica Reis, em Brusque. É que quando chove, como vem ocorrendo nas últimas semanas, principalmente com temporais, a água invade ruas e até residências, provocando grandes estragos. Os moradores apontam a culpa na obra e como está sendo executada.
Morador da Rua Valmir Reis, o José Leandro Reis Silva não tem conseguido ficar calmo quando o céu escurece e a ameaça de temporal surge. Isso por conta das várias vezes em que a rua em que mora, uma pequena transversal da Valmir Reis, ficou sem qualquer condição mínima de se trafegar.
“Moro bem certinho naquele ‘buraco’, onde enche de água e lodo, eu não consigo sair de casa quando dá esse problema. Queria saber quem foi a pessoa que liberou esse loteamento”, desabafou ele para a reportagem da Rádio Cidade.
Vídeos em fotos feitos por Leandro na última semana, logo após mais um dos temporais, e enviados por ele para a emissora mostram o drama. A água subiu quase um metro de altura e alagou tudo o que foi possível pela frente.
Apesar de não residir nesse trecho da Valmir Reis, a Margarete Pereira Salvador (38) mora no bairro desde que nasceu. Ela afirma que nunca viu tanto problema com a situação de alagamentos como depois que a tal obra começou a ser executada.
“Vem muita água depois que fizeram esse loteamento. Vem aqui pela nossa rua, pela (rua) Valdir Reis e está muito complicado. Está quase entrando água nas casas todas”, pontua ela, apontando que bocas de lobo entupidas têm contribuído para a situação piorar ainda mais.
Também moradora da região, Zenir Cândido (58) conta que a pressão da água que chega ao descer da área do loteamento, levando muita lama e detritos, destrói tudo pela frente.
“Água que vem e vai comendo o asfalto. Nunca aconteceu antes de vir água nas casas. Tubulação e bocas de lobo tudo entupidas”, destaca ela.
Ana Cristina Fischer (44) retornou a morar no bairro depois de algum tempo fora. Deu “sorte” de chegar justamente em um momento que os problemas de alagamentos se intensificaram.
“Essa lamaceira traz um monte de pedra e temos que ficar retirando. Senão, não tem nem como entrar de moto, de tanta pedra que fica aqui na estrada”, frisa ela.
Empresa foi notificada, diz Fundema
Procurada pela reportagem, a Fundação do Meio Ambiente (Fundema), que faz a liberação para a construção de loteamentos, afirmou, através da superintendente Ana Helena Boos, disse que já tomou as medidas para cobrar dos responsáveis pelo loteamento a solução do problema.
“Inclusive, no domingo estivemos ali, acompanhando essa situação, conversamos com os moradores. A empresa foi notificada para adequar essa situação de drenagem”, pontuou, afirmando que o prazo para essas adequações é até 24 de março.
Secretaria de Obras afirma que ação será executada
Já o secretário de obras, Ricardo de Souza, disse que está em contato com o empresário responsável pela execução do loteamento para que sejam instalados novos tubos, com capacidade maior de escoamento da água.
“Vamos instalar uma nova tubulação para o lado da Batêas. Vamos entrar com alguns matéria e eles com a mão de obra, maquinários e todo o resto, para poder executar essa obra”, declarou.
Enquanto a solução não chega, os moradores convivem com os estragos a cada vez que ocorre um temporal. Desde metade do ano passado que a Rádio Cidade recebe reclamações da comunidade naquela região sobre os problemas causados pelo referido loteamento.