Cresce o comércio de produtos chineses

De pendrives de 1 centavo a carros de R$ 240 mil. A variedade de produto e preço ofertada pelo e-commerce chinês conquistou o consumidor brasileiro. Enquanto de uma maneira geral o número de compradores virtuais do Brasil aumentou 24% em 2013, o número de encomendas vindas do gigante do outro lado do mundo cresceu 87% neste ano.
Em meio a esse universo quase infinito de bugigangas, como capinhas de celular e acessórios praticamente inúteis para computador, é possível achar produtos de boa qualidade e preço incomparável com os nacionais.
De acordo com consumidores e especialistas em comércio virtual, a alta acima da média tem uma explicação: com a valorização do dólar, aqueles clientes que já compravam em sites americanos migraram para os varejistas online da China. Quem compra em lojas americanas e chinesas, via de regra, não é o consumidor iniciante. É aquele que costuma pesquisar bem as compras e faz isso com frequência. Este comprador notou que é possível achar produtos com um preço até dez vezes menor nos fornecedores chineses, explica o diretor da consultoria em e-commerce Virtual Shop, David Sheer.
Um dos campeões de buscas nos maiores portais chineses de vendas é o vestido de noiva. Somente no AliExpress, maior site de vendas do país, são mais de 250 mil modelos ofertados para venda online, com preços que variam de US$ 20 a US$ 60 mil.
O frete grátis também faz a diferença. O músico Caio Araújo costumava comprar mensalmente camisetas em lojas americanas. Em uma compra de duas peças, ele pagava, em média, R$ 40 só pelo envio dos produtos. Já as compras da China vêm com a opção de envio pelo correio chinês, que não cobra a entrega. Acaba sendo um pouco mais demorado, mas se a pessoa não tem urgência para receber aquelas encomendas acaba sendo um excelente negócio, afirma Araújo, que desde abril do ano passado fez mais de dez compras em sites chineses e apenas duas em lojas dos Estados Unidos.
Atenção à descrição e referências
Assim como qualquer compra via web, o comprador deve fazer pesquisas e buscar referências para comprar nos sites chineses. Neste caso, também é preciso se atentar a mais um detalhe: a descrição do produto. Por conta das diferenças das línguas, a definição dos produtos em inglês ou português fica um pouco confusa e às vezes o produto que parece ser anunciado é bem diferente do que a sua descrição sugere.
Em uma busca por iphone em dois dos principais sites orientais de encomendas, mais de 10 mil itens são listados, mas nenhum deles é o celular da Apple. Existe má fé de alguns vendedores e alguns deles simplesmente o descrevem de uma maneira que a tradução automática do site fica confusa, alerta o diretor da consultoria em e-commerce Virtual Shop, David Sheer.
Para não fazer nenhuma confusão a dica é buscar referências de outros compradores brasileiros. Existem sites que são especialistas em alguns itens. O AliExpress, por exemplo, tem os melhores vendedores de roupas, mas tem várias reclamações para a venda de eletrônicos. Para celulares e computadores, é mais comum comprar no Deal Extreme, recomenda o administrador de um fórum online sobre compras na China, Carlos Tung Sung.
FONTE: Gazeta do Povo