Expirou em 31 de dezembro último o prazo dado pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) para que as autoescolas e centros de formação de condutores disponham de um simulador para aulas aos motoristas que vão tirar a CNH na categoria B. A regra foi exigida em Resolução do órgão de julho de 2015. Em Brusque, a Rádio Cidade apurou que nenhuma das autoescolas dispõe do equipamento.
A informação obtida pela reportagem é de que as autoescolas aguardam um posicionamento da entidade que as representa em nível estadual, o Sindemosc (Sindicato dos Centros de Formação de Condutores de Santa Catarina) para saber que rumo deverão tomar quanto ao assunto.
Teodoro Pereira Filho, de uma autoescola na cidade, disse à reportagem que a indefinição na aquisição do equipamento é originada pela insegurança no investimento. Segundo ele, o equipamento, que chega custar até R$ 40 mil, requer um software especial que possui mensalidade de, aproximadamente, R$ 3 mil/mês. Inclusive, alguns simuladores que foram adquiridos por CFCs estariam há mais de dois anos parados por não haver no mercado softwares compatíveis para que os mesmos possam entrar em operação.
Ainda de acordo com ele, uma alternativa encontrada em Brusque e que já está sendo planejada é a união de algumas escolas para o uso coletivo do equipamento. Dessa forma, a ação se tornaria mais viável, pois baratearia a aquisição e manutenção do simulador, não havendo necessidade de repassar todo o custo aos alunos. Estes, em sua avaliação, seriam os mais prejudicados com o aumento no preço da carteira de habilitação em virtude do alto custo na aquisição do equipamento.
A reportagem da Rádio Cidade entrou em contato com o Sindicato dos Centros de Formação de Condutores de Santa Catarina, que tem sede em Blumenau, para obter mais informações sobre o assunto. Entretanto, o órgão está em período de férias.
A obrigatoriedade do uso dos simuladores pelas autoescolas passou a vigorar em 1º de janeiro. A Resolução 543 do Contran foi editada e publicada em 15 de julho de 2015. Ela havia sido suspensa no início do mesmo ano, por conta da reação de centros de formação de condutores de todo o país à medida. O elevado custo de aquisição do equipamento era um dos principais argumentos. Um protesto de CFCs chegou a ser feito em Brasília por conta da exigência. O Contran suspendeu a medida, mas, em julho, decidiu retomar a mesma. A argumentação era de que os Detrans de vários estados cobraram que o simulador fosse implantado.
No simulador, o aluno revive situações de ultrapassagens, mudanças de faixas, marcha ré, estacionamento e direção com tempo chuvoso. Estão obrigados a passar pelo treinamento todos os que buscarem a CNH na categoria B, independente se pela primeira vez ou em simples renovação.
O Contran já afirmou que o processo de implantação dos equipamentos terá uma segunda etapa, na qual deverão ser inseridos na obrigatoriedade os veículos de maior porte, como caminhões e ônibus, bem como veículos comerciais e motos.



