Paciente diz ser vítima de negligência médica

Um homem de 55 anos procurou a Rádio Cidade para fazer uma denúncia de negligência médica que, segundo ele, aconteceu no Hospital e Maternidade Cônsul Carlos Renaux, o Hospital Evangélico. Mahmoud Abd Ellatif Mahmoud El Khatib, que nasceu no Egito e é naturalizado brasileiro, afirma que, ainda, sofreu descriminação.
O homem tem câncer nos ossos e quando acontece uma crise, ele precisa de medicamentos que estão prescritos.
De acordo com o relato dele, foram três s oportunidades em que compareceu no hospital e não teve o atendimento que necessitava. Em todos os casos, Mahmoud registrou boletim de ocorrência na polícia.
O homem faz tratamento há oito anos e sempre procura atendimento médico em Curitiba, Balneário Camboriu e Brusque. A primeira vez que disse que houve negligência foi quando ele estava sendo atendido. Ocasião em que houve a troca de turno e médico. O profissional que assumiu disse que não iria aplicar a medicação indicada. A Polícia Militar foi acionada e depois disso o medicamento foi dado ao paciente.
Na segunda vez em ele foi para o Hospital Evangélico o mesmo médico que havia recusado o medicamento no primeiro atendimento não teria aplicado a medicação. Mais uma vez, a Polícia Militar foi acionada e outro boletim de ocorrência registrado.
A terceira vez que foi recusado atendimento para Mahmoud foi nesta quarta-feira(4), segundo ele.
Desta vez, o paciente contou que ouviu a gerente de enfermagem dizer que o médico estaria constrangido de atendê-lo pelo fato de que Mahmoud estaria processando o médico que havia recusado as medicações nas duas vezes anteriores. Meu remédio é morfina com outros remédios e no meu corpo já existe um implante para controlar a dor, mas quando eu tenho crises fortes, tenho que tomar uma dose venosa também. Eu tenho uma carteira assinada por um médico de Curitiba, na qual não há necessidade de triagem, relata ele.
Ainda de acordo com o paciente, o médico não quis aplicar morfina de jeito nenhum, sendo que o único remédio que segura a agressividade da dor é esse. O médico teria problema discriminatório, segundo ele, pois, em certo momento, teria dito deita lá na tua cama, seu turco. Eu não sou turco, sou natural do Egito, mas sou brasileiro. Eu servi as forças armadas brasileiras por 14 anos como oficial. Isso tudo aconteceu no segundo atendimento, diz o paciente.
Ele afirma que saiu para Balneário Camboriu procurar atendimento, já não recebia na unidade brusquense. Eu não vou deixar isso barato. Eu paguei pelo atendimento, disse indignado Mahmoud.
A reportagem procurou a assessoria de comunicação e o RH do hospital. Foi informado que o Hospital Evangélico não irá se pronunciar sobre o fato. Na tarde desta quinta-feira, o médico que se recusou a atender Mahmoud na quarta-feira registrou boletim de ocorrência, relatando que o homem não aceitou socorro com o especialista e, alegando urgência, exigia somente que ele realizasse o atendimento. Então, segundo o médico, Mahmoud se alterou, passou a gritar e promover desordem no hospital, exigindo morfina.
Ainda segundo a versão dele, a Polícia Militar foi acionada e os agentes queriam conduzir os envolvidos para a delegacia para prestar depoimento. Porem, por ele estar de plantão e por interferência de outros funcionários do hospital, não foi conduzido.