Artigo: “É Natal mais uma vez”

Celebramos o Natal do Senhor de 2017. Uma festa que o cristianismo soube oferecer ao mundo e que o mundo, com a sua mensagem e com os seu ritos, adaptou e a vai tornando sua. Assim, quando falamos em Natal vem-nos logo a mente a festa das crianças, a festa da família, a festa da fraternidade, a festa da alegria.

O Natal é isto mas é muito, extremamente muito mais. Na verdade, se o Natal se reduzisse a isto seria muitíssimo pobre.

Como na ceia da Páscoa hebraica os meninos perguntavam aos seus pais o porquê de todos aqueles rituais também nós nos devemos perguntar o porquê desta festa. Qual é a razão de ser desta festa que cativou e se difundiu em todo o mundo?

“Contemplemos o presépio e deixemo-nos tocar pela beleza de um Deus que se faz menino no seio de uma família humana.”

O nome da festa já nos oferece a resposta. Todos dizemos que celebramos o Natal. Mas dizer isto, dizer que celebramos o nascimento, é insuficiente. Temos de dizer de quem é o nascimento que celebramos. É por isso que a festa que celebramos é o Natal de Jesus. Celebramos o nascimento de Jesus, o filho de Deus. Celebramos o grande mistério de um Deus que por amor se faz homem para que o homem se possa tornar Deus (Santo Agostinho).

Todas as evocações que o Natal nos apresenta (família, fraternidade, alegria, paz…) só encontram a sua plena realização à luz de Jesus.

Na verdade, a história do Natal do Senhor não nos pode deixar indiferentes. O Natal interpela-nos. Olhemos de novo para a bem conhecida e ignorada cena do presépio e colhamos a lição que na sua eloquência silenciosa o Verbo de Deus nos oferece.

Maria, José e o Menino estão no centro. Como os pastores, por um coro de anjos, e os magos, por uma estrela, também nós nos encaminhemos, com todos as nossas alegrias e tristezas, esperanças e desilusões, até o presépio. Contemplemos o presépio e deixemo-nos tocar pela beleza de um Deus que se faz menino no seio de uma família humana.

Deixemos que o prólogo do Evangelho de São João, proclamado na Missa do Dia desta celebração nos ilumine os mistérios que celebramos.

Este texto evangélico recorda-nos em poucas linhas a história do Homem. “No princípio era o Verbo … e o Verbo era Deus…tudo se fez por meio dele”. Tudo começa no princípio. Clara referência à primeira página do livro do Gênesis em que se narra a criação do mundo. Fala-se de criação para indicar que no Natal do Senhor há uma nova criação.

Na verdade, a criação rejeitou o seu criador. “A luz brilha nas trevas e as trevas não a receberam”. Mas o Criador não rejeitou a sua criação. Sempre guiou os passos do seu povo, sempre enviou mensageiros que alertassem e consolassem o seu povo. Na verdade, como nos diz o autor da epístola aos hebreus “Muitas vezes e de muitos modos falou Deus antigamente aos nossos pais, pelos Profetas. Nestes dias, que são os últimos, falou-nos por seu Filho.”

O homem criado para ser feliz com Deus e em Deus rejeitou Deus e seguiu caminhos que o conduziram à infelicidade. Mas Deus nunca abandona a sua criatura. Deus inicia um movimento em nossa direção que culmina na encarnação do Verbo, no nascimento de Jesus. “O Verbo era a luz verdadeira, que, vindo ao mundo, ilumina todo o homem”. Jesus nasceu para nos iluminar, para nos dar a salvação, para nos dar a qualidade de Vida, para nos fazer Filhos de Deus.

No entanto, também aqui, como na narrativa do livro do Gênesis, nós somos chamados a uma opção. Na verdade, o Deus que vem ao nosso encontro no presépio de Belém é demasiado frágil para se impor pela força e pela violência. Por isso, podemos recebe-lo na nossa vida ou não. “Veio para o que era seu e os seus não O receberam. Mas, àqueles que O receberam e acreditaram no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.” Aqueles que recebem Jesus, aqueles que deixam que haja Natal no seu coração e na sua vida encontram a salvação e a felicidade. “Jesus fez-se homem para que o homem se tornasse Deus” (Santo Agostinho).

E neste projeto o homem jamais está sozinho porque “O Verbo montou a sua tendo no meio de nós!” Ao longo da peregrinação do Povo de Deus em direcção à terra prometida a tenda do encontro era o local onde Deus habitava com o seu povo. Com a encarnação, é Jesus o local onde Deus habita no meio do seu povo, dos homens que peregrinam em direção à pátria definitiva. É Jesus que oferece a vida em plenitude aos homens.

É Jesus, este menino que nasceu, que nos revela quem é o Deus cristão. Jesus é o exegeta de Deus. “A Deus, nunca ninguém O viu. O Filho Unigénito, que está no seio do Pai, é que O deu a conhecer”. O Deus cristão não é um Deus longínquo e impassível. O Deus Cristão é o Deus que se preocupa com o Seu povo e que vem ao seu encontro. Celebrar o Natal do Senhor é celebrar Deus que amando-nos vem ao encontro do Homem para o salvar.

A celebração do nascimento de Jesus não é um simples aniversário. A celebração do Natal do Senhor é um memorial. A celebração do nascimento de Jesus não é uma bela recordação, não é olhar para uma fotografia de um acontecimento passado. “O Natal do Senhor não nos aparece como uma recordação do passado, mas vivemo-lo no presente” (São Leão Magno). Como a Páscoa da Ressurreição, a celebração do Natal é um memorial. Com a celebração do nascimento de Jesus, somos chamados a reviver no tempo presente, nas nossas situações de vida concreta, o nascimento de Jesus, o Deus connosco que veio para nos salvar.

Celebrar o Natal do Senhor é deixar que haja Natal na minha vida e no mundo. Não nos podemos limitar a uma pia e poética recordação do Nascimento de Jesus há mais de 2.000 anos. Devemos construir o Natal. Cristo deve nascer dentro de mim, apresentar-se ao mundo com o meu rosto, com as minhas mãos, com a minha vontade e empenho de transformar o mundo numa comunidade de presépio onde os autênticos valores da vida humana, da família, da paz e da solidariedade sejam realidade.

Celebrar o Natal do Senhor é celebrar o nascimento de Jesus Cristo (o Salvador e Messias), Filho de Deus e filho da Humanidade por Maria, "cheio de graça e de verdade", de cuja plenitude todos nos beneficiamos porque todos recebemos.

* Texto do historiador Paulo Vendelino Kons, do Grupo de Proteção da Infância e Adolescência - GRUPIA

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