O cima ficou tenso em alguns momentos, mas surgiu uma nova luz no fim do túnel no entrave entre a Prefeitura e os sindicatos de trabalhadores de Brusque em relação ao antigo convênio entre as partes, pelo qual associados das entidades eram atendidos nelas e encaminhados para procedimentos de saúde via SUS. O assunto figurou entre os discutidos em reunião do Fórum de Entidades Sindicais de Trabalhadores e membros da própria Prefeitura na tarde desta sexta-feira, 1, no gabinete do prefeito Jonas Paegle.
A conversa, inicialmente, tinha por foco o relatório feito pelos sindicatos e fruto de visitas a unidades básicas de saúde no mês de agosto. Na ocasião, eles estiveram em três delas (Limeira, Santa Terezinha e Águas Claras) e verificaram os mesmos problemas detectados em outra diligência, no mês de fevereiro deste ano. Entre eles a falta de profissionais médicos, enfermeiros, auxiliares, insumos e material de expediente estavam entre eles.
“Queremos reafirmar que a questão das medicações, realmente tivemos um incremento satisfatório nos últimos meses, desde que a licitação foi formalizada. Entendemos que essa licitação veio a contento da população. Ficamos surpresos com as afirmações dos sindicatos, mas vamos fazer uma reanálise desses apontamentos trazidos pelo Fórum Sindical”, frisou o secretário da Saúde, Humberto Martins Fornari.
Ele, acompanhado de uma diretora da pasta e do prefeito Jonas Paegle, também trataram da questão dos convênios. Fornari voltou a afirmar que os convênios foram cancelados por estarem irregulares, não serem compreendidos pela legislação. Porém, apresentou propostas que serão avaliadas pelas entidades. Uma delas é a de compra de serviços por parte da Secretaria da Saúde, tal qual ocorria quando o convênio entre as partes foi iniciado, na década de 1990. Outra seria de os sindicatos elaborarem uma Parceria Público Privada (PPA) em relação aos laboratório municipal, para a realização de exames médicos. As entidades entrariam com o custeio de insumos para os procedimentos e a Prefeitura manteria um número de servidores para realizar os procedimentos.
“Acredito que isso possa nos levara a um arranjo bastante oportuno, onde venha beneficiar não só os sindicatos, mas toda a população brusquense”, prossegue Fornari.
A sindicalista Marli Leandro, presidente do Sintrivest, subiu o tom para rebater colocações feitas por Jonas Paegle no início da reunião. Na oportunidade, ele disse que a saúde de Brusque enfrentava problemas por ter sido gerida anos atrás por uma cozinheira que deixou tudo bagunçado, além de ter invadido o hospital de Azambuja. Embora não tenha citado nome, ele se referia à Cida Belli, que respondeu pela Saúde em um período do primeiro mandato do ex-prefeito Paulo Eccel.
"Primeiro, que quem esteve à frente da saúde não era uma cozinheira e fez um bom trabalho. Sabemos muito bem de quem o senhor fala e que é do governo Paulo Eccel. Não estamos aqui para falar do governo Paulo Eccel. E se não fosse a invasão no hospital de Azambuja sabemos o que teria acontecido", respondeu ela.
O coordenador do Fórum, João Decker, afirma que a ideia da PPA se mostra inviável para as entidades sindicais, devido ao elevado custo para o custeio dos insumos. Isso por conta da elevada demanda que as entidades possuem diariamente. “Acho que é difícil. Entendo que para nós é inviável, porque cada sindicato tem seu sistema de trabalho”, pontuou.
Bastante criticado durante a reunião, principalmente pelos anos em que atuou em um deles como médico, no Sintrafite, o prefeito Jonas Paegle alegou que a dificuldade financeira que a Prefeitura enfrenta este ano tem sido o motivo de muitos serviços não estarem sendo oferecidos da maneira ideal.
O presidente do Sintrafite, Anibal Boettger, disse que quando atendia na entidade, Paegle era o campeão de procedimentos, como exames médicos, encaminhados para o Sistema único de Saúde da Prefeitura. Algo que mudou quando ele se tornou prefeito. “O senhor não ferrou somente com os sindicatos, mas com toda a população que usa os serviços do SUS e era atendida nas entidades”, disse ele.
No final da reunião, Paegle frisou que o encontro foi produtivo e sinaliza que poderá haver um entendimento nos próximos meses.




