Das piscinas às palestras

Ele coleciona medalhas em competições nacionais e internacionais de natação, tem uma rotina de treinos digna de um campeão e, como todo jovem de sua idade, namora, passeia, estuda e navega na internet. O que faz de Matheus Rheine um exemplo de superação é a sua condição de deficiente visual: ele perdeu 100% da visão ao nascer, quando precisou ficar na incubadora e recebeu oxigênio em excesso, o que afetou definitivamente a retina.
Sua história de vida, de lutas e conquistas foi contada na palestra Vencendo Desafios, ministrada para cerca de 100 gerentes, diretores e lideranças da Havan, durante a Convenção Nacional de Vendas, realizada esta semana (terça e quarta-feira), em Brusque. Quando o Luciano Hang, da Havan, me convidou para palestrar neste encontro ele disse: quero que meus gerentes saibam como é possível se tornar um campeão. Eu tive a certeza de que conseguiria passar a minha experiência de vida, por meio da sinceridade e da emoção, afirma Matheus.
Foi desta forma, com sinceridade, simplicidade e emoção, que Matheus Rheine procurou mostrar aos seus ouvintes que é possível ser feliz e superar desafios, da maneira que cada um é, com seus defeitos e qualidades. Saí da palestra muito emocionado, com a sensação de dever cumprido e com a certeza de que posso motivar e ajudar as pessoas, em futuras palestras que provavelmente eu farei, descreveu. Matheus realmente emocionou, conquistou e motivou os presentes, passando para uma mensagem construtiva, de que não há obstáculos para quem deseja vencer. A palestra foi um grande sucesso, aplaudida sob sorrisos e lágrimas.
Em sua exposição, Matheus contou como ficou cego ao nascer prematuro, como a família se uniu para superar o trauma e fez tudo para que o filho tivesse uma infância normal, sem lamentações, mas adaptada à sua realidade. Relembrou as peripécias no skate, na bicicleta e no surf da infância. Descreveu as primeiras experiências nas piscinas, aos 3 anos, por recomendação médica (problemas de bronquite). Falou dos desafios que ele e a namorada Duda (que também é cega) têm para se locomover nas ruas, devido às deficiências de mobilidade urbana da maioria das cidades.
Como não podia deixar de ser, Matheus Rheine focou sua carreira como atleta, a vida de treinos, os desafios diários, o sucesso, as vitórias e conquistas. Ele começou a competir profissionalmente em 2009 e disse que se sente cada dia mais faminto. Faminto pela batalha, por estabelecer metas e fazer o tempo que desejo, procurar erros e corrigi-los. Porque no dia em que eu acreditar que não tenho mais erros, aí será o dia em que vou começar a cair.
Matheus participou das Paralimpíadas de Londres em 2012 e, dos inúmeros títulos que coleciona, os que mais sente orgulho são as medalhas de prata e bronze conquistadas no Mundial do Canadá, este ano.
Da assessoria da Havan