Novamente Colônia Nova Itália
Marcando um ano da visita do Príncipe D. Bertrand de Orleans e Bragança ao berço da imigração italiana no Brasil, a Câmara Municipal de São João Batista aprovou, na noite de segunda-feira (13), em segunda votação e por unanimidade, o projeto de lei nº. 12/2017, que restitui a denominação original Colônia Nova Itália, adotada há mais de 181 anos, ao hoje bairro Colônia.
A aprovação foi antecedida por Audiência Pública na noite de segunda-feira, 06, no salão de festas da Igreja São José, no bairro Colônia. Realizada pela Comissão de Constituição e Legislação e Redação da Câmara Municipal, tinha como objetivo consultar a comunidade acerca do projeto de lei número 12/2017, de autoria dos vereadores Almir Peixer e Leoncio Paulo Cypriani, que estabelecia o retorno denominação original Colônia Nova Itália. O prazo para a sanção da lei é de 15 dias, a contar do recebimento pelo Prefeito do texto aprovado pelos vereadores.
Além da presença de todos os vereadores, participaram da Audiência Pública o prefeito Daniel Cândido, o promotor de justiça Nilton Exterkoetter e inúmeras outras autoridades, além dos principais veículos de comunicação e grande afluxo de moradores e visitantes. Após membros da comunidade externarem dúvidas e realizarem questionamentos sobre as consequências da mudança, a iniciativa recebeu o aval unânime dos participantes.
1º Festejos da ADANPIB
Na organização da visita do bisneto da Princesa Isabel à Colônia, marcando os 180 anos da imigração italiana no Brasil, foram lançadas as sementes, nas terras férteis do médio Vale do Rio “Tijucas Grande”, da Associação dos Descendentes e Amigos do Núcleo Pioneiro da Imigração Italiana no Brasil - ADANPIB, organização que hoje possui o Príncipe Dom Bertrand como seu patrono.
Fundada na assembleia realizada em 11 de março de 2017, no salão de festas da Comunidade São José, em Colônia, com a participação das principais autoridades de São João Batista, do bispo Dom Vitus Schlickmann, do corregedor-geral do Ministério Público, Gilberto Callado de Oliveira, e do Príncipe Dom Bertrand, a ADANPIB tem por objetivo geral o “resgate e a preservação da história, da cultura e da fé trazida pelos imigrantes italianos pioneiros no Brasil, que fundaram a Colônia Nova Itália, o pioneiro núcleo de italianos em terras brasileiras, no mês de março do ano da graça do Senhor de 1836, e a maior integração entre descendentes e amigos da comunidade”.
Desde sua fundação, ministradas pelo professor Juliano Mazzola, semanalmente é ofertado curso de língua italiana na sede da comunidade.
Sob a presidência de José Sardo, foram realizados os primeiros festejos, no último domingo (12/11). Descendente direto dos pioneiros, padre Mário Peixe – SCJ presidiu a Santa Missa, iniciada às 10h, com a Igreja São José lotada.
O Ato Cívico iniciou às 11h20min e foi prestigiado pelas principais autoridades municipais e pelo deputado Altair Silva, representando a Assembleia Legislativa.
Após a bênção dos alimentos, foi servido o almoço típico para 500 pessoas. À tarde, além do café, as apresentações culturais. As crianças empolgaram o grande público com a dança típica italiana. E o show do cantor de música italiana Valmir Bertotti, encerrou as apresentações.
Na abertura do Ato Cívico, o historiador Paulo Vendelino Kons, emocionado, declarou que “urge voltarmos nosso olhar, com conhecimento e amor, e passarmos das palavras para a ação, com garra e determinação. A partir do planejamento estratégico, tático e operacional, promovermos a justa celebração do bicentenário da imigração italiana no Brasil, que teve seu início aqui, neste médio vale do Rio “Tijucas-grande”, no ano da graça do Senhor de 1836”. O historiador fez memória dos antepassados e lembrou que “a nossa pioneira Colônia Nova Itália foi instalada com a chegada de 132 imigrantes católicos do Reino da Sardenha, precursor do Reino de Itália, quando o gentílico sardo passou a ser italiano, juntamente com 16 famílias nacionais. E assim a celebração à altura desse acontecimento permitirá não apenas uma reflexão sobre o passado, mas a possibilidade de reformulação do futuro, com a graça de Deus”, finalizou Paulo Kons.
Dona Dinha
No limiar de completar 105 anos, em 12 de abril próximo, dona Bernardina Angeli Fagundes - Dinha, filha do imigrante italiano Agostinho Angeli e de Maria Augusta Pera Angeli, foi alvo da atenção e do carinho dos participantes dos festejos. Pelos dirigentes da ADANPIB, Helio Paulo Sartori e José Sardo, foi homenageada ao final da Santa Missa.
Dona Dinha estava muito faceira, pois estava empregada novamente. A mais ilustre moradora da Colônia Nova Itália, aos 104 anos, andava à procura de um novo trabalho, após a morte de seu antigo patrão, que trazia estopa de Porto Belo para dona Dinha costurar em casa, juntamente com sua filha Terezinha, de 70 anos.
Acostumada com o trabalho na roça desde menina, dona Dinha, estava triste por estar “desempregada”. Tudo começou a mudar quando dona Dinha contou sua história ao Secretário de Desenvolvimento de São João Batista, Plácido Vargas, que postou em rede social a situação da venerenda senhora, que alcançou grande repercussão, que chegou ao conhecimento de um filho do ex-patrão de dona Dinha, que retomou a prática do pai e passou novamente a fornecer as estopas ontem, no mesmo dia em que a Câmara aprovou a retomada da denominação original Colônia Nova Itália.