Governistas rejeitam pedido de exoneração de Farinha
Um verdadeiro embate se formou na sessão desta terça-feira (1) da Câmara Municipal de Brusque. Tudo por conta de uma moção proposta pelo vereador Ivan Martins (PSD). No documento, ele pede que o prefeito Paulo Eccel exonere Evandro de Farias (PP), o Farinha, vice-prefeito, do cargo de diretor-presidente do Samae.
Segundo ele, caso permaneça no cargo, Evandro pode pressionar funcionários do órgão para não dar o depoimento que a CPI está solicitando. Martins chegou a acusar Farinha de ter tomado tal atitude recentemente, quando agir para impedir tais depoimentos.
Houve uma reunião convocada pelo Evandro de farias, criticou o vereador Ivan Martins e tudo mais. E quem fez isso poderia, sim, tentar persuadir quem tem que vir aqui depor na CPI, soltou Martins.
Felipe Belloto (PT), líder do governo na Câmara, ironizou as palavras ditas pela oposição em relação ao assunto. Disse que Martins apresentou requerimento à própria CPI e que não teve o mesmo aprovado e que ele se comprometeu a não apresentar em plenário. E destacou que não há porque pedir o afastamento de Farinha.
Em nenhum momento o Ministério Público pediu ao prefeito para afastar o diretor do Samae. Agora vamos ser nós dessa casa, que estamos fazendo uma investigação, vamos fazer isso, de interferência em outro poder?. E provocou ao dizer que tem vereador que fala grosso com adversários, mas fala fininho com aliados.
Para ele, se o MP não pediu o afastamento de Farinha é porque ele não esta atrapalhando as investigações. Belloto aproveitou para devolver a munição nos oposicionistas. Não é a situação que tem histórico de acobertar. Não venham dizer que o fato de rejeitarmos esse pedido é que não queremos investigar.
A reação de Martins foi imediata. Vossa excelência tem que respeitar a vontade popular. Em primeiro lugar, vossa excelência tem que respeitar, pois fui o mais votado em várias eleições.
Valmir Ludvig (PT) disse que quando foram eleitos, os vereadores se tornaram coletivo. Todo mundo aqui tem seu valor e fala, vota na tribuna deve ter seu respeito. Agora, tem muita gente que silenciou durante muito tempo e agora resolveu falar.
Roberto Pedro Prudêncio Neto (PSD) lembrou caso da investigação sobre caso de desvios no setor de tributação. Segundo ele, na ocasião, o prefeito decidiu pelo afastamento dos suspeitos. O presidente do Samae deveria pedir licença ate que fosse encerrado o caso, encerrada a CPI, disse na tribuna.
Jean Pirola (PP) criticou a interferência do Judiciário na questão da abertura da CPI do Samae. Quando há interferência direta de um poder no outro, eu não concordo. Aqui nesta casa, o que importa é o voto na hora. Nós votamos com a livre consciência. Se acreditamos em uma política que esta sendo realizada no município na atual administração isso ano quer dizer que somos mandados, frisou.
Para Celso Carlos Emydio da Silva (PSD) o Judiciário é o guardião constitucional e fez certo de intervir a partir de solicitação do bloco oposicionista.
Para Edson Rubem Muller (PP) , a moção de Martins vai na contramão do processo. Entendo que esta acontecendo nessa moção um pré-julgamento. O vereador esta se antecipando de que o vice-prefeito vai ser condenado e ele esta tomando todas as medidas que uma CPI deve tomar, disse.
Marli Leandro (PT) também ironizou a atitude de Martins em colocar a moção em debate e votação no plenário. E questionou a imparcialidade dita pela oposição nos trabalhos da CPI, quando um membro da mesma já condena o investigado.
Moacir Giraldi (PT do B), Deivis da Silva (PTC), Valmir Ludvig (PT) e Dejair Machado (PSD) também se manifestaram sobre o assunto.
Depois de mais de uma hora de embate sobre o assunto, a moção foi rejeitada por nove votos contra cinco.