Polícia Federal pode apurar causas do incêndio

A presidente Dilma Rousseff solicitou ontem (26) ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que a Polícia Federal (PF) investigue as causas da explosão de da fábrica de fertilizantes em São Francisco do Sul. A explosão na noite de terça-feira (24) desencadeou um incêndio no galpão da fábrica que já dura 48 horas. A PF, que já está no local, vai aguardar a apuração de órgãos ambientais sobre a existência de danos ao meio ambiente para, caso julgue necessário, instaurar inquérito sobre o caso.
A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, que esteve anteontem (25) em São Francisco do Sul, informou à presidenta o andamento das operações. Profissionais da segurança pública e do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina trabalham na contenção da fumaça, no atendimento à população e na apuração das causas do incêndio.
De acordo com o site oficial do governo estadual, técnicos do Instituto-Geral de Perícias e da diretoria técnica do estado foram enviados ao município para auxiliar os trabalhos da perícia. Uma possível investigação da PF sobre o caso, no entanto, só deve ocorrer caso sejam apontados danos ambientais pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovávei (Ibama) e pela Fundação do Meio Ambiente (Fatma) de Santa Catarina.
No momento, a Polícia Federal atua para apoiar as ações do gabinete de crises criado para resolver a situação. Segundo a assessoria de imprensa da PF, a existência do Núcleo Especial de Polícia Marítima na capital Florianópolis facilitou o auxílio à gestão do combate ao incêndio. Para isso, lanchas e embarcações foram emprestadas à Defesa Civil de Santa Catarina para agilizar as operações.
A grande quantidade de fumaça é provocada pela oxidação de dez mil toneladas de fertilizantes durante a queima. O fogo começou após explosão em uma carga de nitrato de amônio. Segundo a assessoria de imprensa do estado, as causas que provocaram a oxidação ainda não foram divulgadas pela empresa Global Logística, responsável pelo armazenamento do produto.
O especialista em produtos perigosos da Defesa Civil de Santa Catarina, major-bombeiro Geovane Matiuzzi, disse nessa quarta-feira que a fumaça não é letal, mas que o gás formado a partir da queima do nitrato de amônia provoca o mesmo efeito de um gás lacrimogêneo.