O mundo é dos espertos. Você, leitor, certamente já deve ter ouvido essa frase. Em alguns contextos, ela cai como uma luva. Em outros, ela deixa marcas tristes, dor e sofrimento.
Na tarde desta quarta-feira (26), a Rádio Cidade foi entender a história da jovem Ingrid Aline Santos do Nascimento, que foi vítima do aluguel falso.
Ela morou em Brusque por 12 anos e os últimos cinco meses estava na sua cidade natal, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Por questões pessoais, resolveu voltar para viver em Brusque e foi procurar um lugar para morar.
A primeira atitude dela, e assim é de muitos, a busca inicial foi na internet, em grupos que se formam para divulgar e buscar por alugueis na cidade.
A residência a ser alugada fica no bairro Batêas. Ela existe, mas o locador era um golpista. Nas redes sociais, ele anunciava o imóvel e disponibilizava um número de telefone para contato. Ingrid se interessou.
Ela contatou esse homem e, a partir daí, os problemas começaram.
Em entrevista à Rádio Cidade, ela contou que foi pedido um valor adiantado e que o pagamento aconteceu pessoalmente, em dinheiro vivo.
“Um rapaz, que tinha postado sobre a casa, eu chamei ele no Facebook. Pedi mais informações e valores. Aí ele disse que eram R$600, mais R$200 de água e R$200 de luz. Marquei de ir no dia 25 de maio para poder olhar a casa e conversar com o dono. Passei meu WhatsApp para ele. Conversamos. No dia, ele disse que não podia vir, porque a mãe estava doente e que ele ia mandar o filho. Cheguei aqui e tinha um rapaz jovem, magro, tênis, caça jeans azul, rasgada. Conversei com ele, que abriu a casa com a chave. Tudo normal e depois eu paguei para ele, que me deu o recibo”, relatou Ingrid.
Até então, o golpe não havia sido percebido por Ingrid. “Fui para casa para resolver as coisas da mudança. Quando fui falar com ele para pedir a senha da internet da casa, percebi que a foto do Facebook tinha sumido. Ou seja, tinha me bloqueado. Tentei mandar mensagens no Whats e ele também não me respondeu mais”, relatou.
O sumiço do homem foi um indício de que algo não estava certo. Mas somente quando conversou com uma vizinha da casa ela entendeu o que tinha acontecido.
“Vi a vizinha varrendo a rua e fui perguntar sobre o dono. Disse que ele tinha me bloqueado. Daí ela me mostrou a foto dele e eu vi que não era o mesmo rapaz. Ali eu percebi que tinha caído em um golpe. Entrei em contato com o dono mesmo, através do número que a vizinha tinha, e aí foi aquela confusão. Eles ficaram alterados. Eu já tinha colocado algumas coisas na casa. Ele veio, acionou a polícia e eu acabei sendo acusada de ter invadido a residência. Eu fiz o Boletim de Ocorrência”.
Conforme Ingrid, o dono, chegou a ver esse homem próximo da residência pela manhã. “Às 8h da manhã, eu tinha marcado de vir entregar o dinheiro para esse rapaz. Só que o depósito da minha mãe não caiu na hora e aí eu vim às 10h. Mas de manhã, o dono tinha vindo e viu o rapaz aqui, perguntou para ele o que ele estava fazendo. Ele disse que estava esperando o pessoal da imobiliária para ver a casa”, contou.
A situação agora é desesperadora. Ela perdeu o dinheiro e tem até esta quinta-feira (27) de manhã para deixar a residência.
“Eu tenho parentes aqui, mas não tem como eu morar, não tem lugar, não sei como vai ser. Agora, vou ter que sair do imóvel e estou precisando de ajuda, porque é muito humilhante. As pessoas ficam nos acusando sem provas. Eu tenho como provar que eu paguei. Eu não invadi, nunca passei e não precisei disso”.
Representantes da imobiliária e o advogado do proprietário do imóvel estiveram no local no momento em que a reportagem estava na residência e preferiram não gravar entrevistas.
Quem quiser de alguma forma ajudar o contato com Ingrid é o celular da irmã no número (73) 9 8883 6667.