Um suicídio a cada 45 minutos
A Tribuna Popular foi ocupada durante a sessão ordinária desta terça-feira (19) por Maria de Fátima Petermann, voluntária em Itapema do Centro de Valorização da Vida (CVV), associação sem fins lucrativos que atua na prevenção ao suicídio - temática do movimento mundial “Setembro Amarelo”. O CVV planeja abrir em Brusque um posto de atendimento.
Na oportunidade, Fátima alertou o plenário quanto às estatísticas sobre o suicídio no município: “O número de suicídios aqui também é grande. Hoje, dia 19, temos oficializados, só neste mês, dois suicídios, fora os extraoficiais, que não ficamos sabendo, como os acidentes de carro que talvez não tenham sido acidentes, ou intoxicações por medicamentos”, exemplificou.
A cada 40 segundo, frisou a voluntária, uma pessoa se suicida no mundo, e a cada 45 minutos, alguém comete suicídio no Brasil. “A Organização Mundial de Saúde considera normal, se é que isso pode ser normal, até quatro suicídios a cada 100 mil habitantes. Brusque, em 2012, teve 16 suicídios. Em Santa Catarina, são 12 suicídios a cada 100 mil habitantes. São números altos, preocupantes. É um caso de saúde pública”.
Em resposta a questionamentos formulados por vereadores, Fátima salientou que o CVV já dispõe de voluntários em Brusque - que vêm sendo capacitados desde março, mas ainda carece de espaço físico para dar início ao atendimento - e considerou plausível a ideia de firmar uma parceria junto à prefeitura para que a entidade atue junto às unidades do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), conforme sugeriu o líder do governo, Deivis da Silva (PMDB).
Autor do requerimento que propôs a vinda de representantes do CVV à Câmara, Ivan Martins (PSD) parabenizou a iniciativa dos voluntários de montar em Brusque uma estrutura voltada ao atendimento da comunidade. “Só sabem da importância do CVV aqueles que realmente precisaram, porque muitos não dão o devido valor por desinteresse. Sabemos que um dos grandes motivos que levam a pessoa a suicidar-se é a depressão. Mas, quando se encontra o profissional que consegue dar o alento a essas pessoas, uma orientação, um atendimento psicológico, muitas vidas são preservadas”, enfatizou o parlamentar.
“Precisamos de uma sala dividida, de um lado com telefone, onde o voluntário tenha condições de fazer o atendimento, e um espaço para reuniões, no qual o grupo de voluntários se encontraria para fazer cursos e treinamentos”, explicou Fátima, que ressaltou ainda a importância do apoio constante do Legislativo à causa.
O presidente da entidade, Hilário Hodecker, também esteve presente à sessão.