Promotor fala sobre o caso de Farinha

O caso das escutas telefônicas que teriam flagrado Evandro de Farias, vice-prefeito de Brusque e diretor-presidente do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Samae), pedindo para o responsável pela Fundema, Fundação Municipal do Meio Ambiente, Diego Furtado, supostamente aliviar as fiscalizações em pleno período eleitoral, repercutiu na cidade.
E foi justamente para ouvir todos os lados possíveis desta situação que a Rádio Cidade foi até o foro da comarca de Brusque ouvir o promotor Daniel Westphal Taylor, responsável pela ação civil pública por ato de improbidade administrativa. Ele abre o jogo, em sua entrevista, falando de tudo o que ocorreu, desde o início, para que a decisão da representação contra Evandro fosse tomada.
Na verdade essa investigação focava outro setor da Prefeitura, veio de alguém que esteve na promotoria, que trabalhou lá e contou coisas que estariam acontecendo e a partir dali se fez uma investigação maior. Havia uma interceptação telefônica e nesta interceptação telefônica acabou que vice-prefeito foi pego nessas conversas, ressalta Daniel, explicando como tudo teria começado.
Sobre quais infrações penais Evandro teria cometido, na ótica do representante do Ministério Público de Santa Catarina, ele fala que são duas: primeiro a improbidade administrativa, que, segundo ele, não é propriamente um crime e, sim, um ilícito civil, e, também, a advocacia administrativa que, já na esfera criminal, consiste na intervenção de agente público em favor de um particular.
Importante lembrar que, embora na ótica do Ministério Público estejam bem delineados os fatos, se iniciou uma ação civil pública pela improbidade, se pediu uma audiência de transação, no caso do crime (advocacia administrativa), mas, pra haver uma condenação, isso depende de um processo, ele teria o direito de se defender e todo o resto. Embora, como eu já disse, na ótica do Ministério Público, o fato está comprovado, confirma.
Daniel preferiu não comentar o parecer do advogado de defesa de Farinha, Rafael Maia, que disse que a conversa de Evandro com o superintendente da Fundema buscou melhorar o atendimento com qualquer cidadão que procurasse o órgão público. O advogado faz o papel dele que é defender o cliente dele e tem que se respeitar. É evidente que eu penso diferente, caso contrário não teria entrado com a ação, diz Taylor.
A partir de agora o processo, de acordo com o promotor, é longo. O processo será instaurado, testemunhas serão ouvidas e documentos serão analisados. A investigação que estava sendo feita, na ocasião do escuta, continua. Ele ressalta que é possível que ainda haja mais por vir. Não existe exclusividade de pessoa A ou B, partido A ou B ou administração A ou B, frisa Westphal, se referindo ao caso.
A entrevista na íntegra você confere, clicando no Play do link abaixo: