O veto da presidente Dilma Roussef à proposta de extensão da fórmula de reajuste dos aposentados com a mesma regra e cálculo do salário mínimo causou revolta à classe. Tão logo a notícia da decisão se espalhou, entidades representativas dos aposentados se posicionaram contra e declararam repúdio à postura da presidente.

Logo após a divulgação do veto, o Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindnapi) divulgou uma nota de repúdio à decisão de Dilma. Para a entidade, a presidente da República “mais uma vez, virou as costas para os aposentados, pensionistas, idosos e trabalhadores – que um dia irão se aposentar - ao vetar a Medida Provisória”. Segundo o sindicato, são, no país, cerca de nove milhões de pessoas que seriam beneficiadas pela MP. Número que não causaria impacto nas contas da Previdência, conforme argumentado pelo governo em relação aos 28 milhões de beneficiários.

A presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados de Santa Catarina, a brusquense Maria Roseli Beuting, afirmou que recebe a informação com grande decepção. Ela define como armação política a ação da presidente em relação à proposta aprovada pelo Congresso. “Vejo que, nesse momento, virou uma briga política, alarde político, disputa pelo poder. Sabemos que há muitas famílias hoje que vivem da aposentadoria e isso faria com que esse dinheiro retornasse para o mercado novamente, gerando emprego e muito mais”, declara ela.

A proposta

Vetada por Dilma, a proposta havia sido aprovada pela Câmara dos Deputados e, posteriormente, sem alterações no Senado. Ela definia que os aposentados e pensionistas do INSS passassem a ter direito de reajuste dos salários com correção da inflação do período, medida pelo índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) mais a variação do Produto Interno Produto (PIB) dos dois últimos anos. Esta última foi inserida por meio de emenda quando a MP, editada pelo governo, chegou à casa e foi votada em maio.

Rose Beuting disse que as entidades representativas, como as centrais, manterão pressão e atenção no Congresso para tentar derrubar o veto da presidente. “O governo tem cortado relação com as representações da sociedade. A presidente Dilma não tem ouvido o clamor dos trabalhadores, em especial dos aposentados. Nosso pessoal está se revezando em Brasília pra tentar estabelecer esse diálogo”, frisa ela.