O principal assunto abordado pelo vereador Moacir Giraldi (PT do B) durante a sessão de terça-feira (6) na Câmara Municipal de Brusque foi com relação aos postos de saúde do município. O legislador mencionou que visitou algumas unidades, onde constatou a falta de médicos, falta de agentes de saúde, demora no atendimento, demora nos agendamentos, enfim, diversos problemas.

“Não podemos mais aceitar e nos conformar com o que vem acontecendo. No Bairro São Luiz, o médico pediu a conta há um mês. No mesmo dia, a médica do posto Santa Rita também pediu demissão. Fui conversar com eles sobre isso e, no meu ver, faltou competência do prefeito e da secretária de Saúde em manter estes médicos nos postos, diante da falta de profissionais que temos. Eles nem foram conversar com esses médicos. E a saída deles nem foi uma questão salarial, mas de perseguição”, ressaltou Giraldi.

O vereador disse ainda que conversou com enfermeiras e que as mesmas pediram para ele não citar seus nomes com medo de retaliações. “O médico não pode falar isso, aquilo, não pode falar do prefeito, enfim, isso é perseguição. Há um posto que a enfermeira-chefe foi demitida e a unidade está sem esta profissional há mais de um mês. Sem contar um outro caso, em que o médico só aparece para dar receitas, ele ficou doente, não foi atender, comunicou a secretaria de Saúde mas só avisaram as pessoas às 15 horas. No posto São Luiz, tenho um documento protocolado em abril na prefeitura, onde a equipe pede providências à Secretaria Municipal de Saúde, sobre a falta de equipamentos e materiais que estão dificultando o atendimento às pessoas. A população atendida por este posto é estimada entre 10 e 11 mil”, comentou.

Em aparte o vereador José Isaias Vechi (PT) falou que achou estranhas as situações levantadas por Giraldi, já que, através da comissão de saúde da Câmara Municipal, os vereadores fizeram diversas visitas, inclusive à unidade do Santa Rita e o que ouviram no local foram elogios diante do atendimento disponibilizado. Vechi também assegurou que não existe perseguição aos profissionais. “Os profissionais vêm, saem e depois acabam inventando alguma história para justificar sua saída”, frisou.

Giraldi enfatizou que no dia da visita dos vereadores realmente o posto do Santa Rita contava com médico e enfermeira-chefe, mas que agora a situação é outra. Ele também mencionou os gastos com publicidade do governo municipal e pediu que parte do dinheiro fosse investido em saúde. “Neste ano os gastos chegarão a R$ 3 milhões, que se invista metade desse valor na área da saúde, para que as pessoas tenham o atendimento digno que merecem”.

Roberto Prudêncio (PSD) falou que independente da comissão de saúde da Câmara, o vereador é um fiscalizador nato. Disse que acompanha o caso dos postos, e que os atendimentos não estão bons. “Nas próximas sessões trarei um relatório que estou fazendo, diante das reclamações constantes da comunidade, falta de médicos, de medicamentos, demora nos agendamentos de exames e consultas. Eu acredito que estas reclamações não são brincadeira, as pessoas realmente necessitam e não estão sendo atendidas como merecem”, completou.