No universo da imaginação

Carlos Drummond de Andrade já dizia que “a leitura é uma fonte inesgotável de prazer”. Já Fernando Pessoa disse que “é sonhar pelas mãos de outrem”. Para proporcionar esse prazer e despertar a vontade de sonhar, a Prefeitura de Brusque, através da Fundação Cultural, com o apoio do Sesc, realizam a 5ª Feira do Livro. Voltada para toda a comunidade, o grande público é formado, principalmente, por alunos de escolas de Brusque e Guabiruba.

Karolaine Hoffmann (15), aluna de Escola Arthur Wippel, em Guabiruba, foi à feira junto com a escola. Passeando entre os livros, com o olhar curioso nos romances, ela afirma que começou a ler por indicação de um livro. “Eu gosto de ler. Interesso-me bastante sobre livros. Pego da biblioteca e tenho alguns em casa. Gosto de romance e aventura. Me falaram que tal livro era bom e eu gostei, aí comecei a gostar de ler”, explica.

A professora de história Sandra Vieira estava acompanhando os alunos na manhã desta quarta-feira (7). Ela afirma que lê, pelo menos, dois ou três livros por mês. “Sou bem eclética, gosto de ler tudo. Foi com o estímulo da minha mãe. Ela lê muito. Não consigo dormir sem ler alguma coisa”, conta. Para ela, é importante levar os alunos para eventos assim. “Os alunos ficam curiosos. Estão pegando, olhando. Mesmo que não comprem nada, estão em contato com o livro, o que é muito importante. Com a era da informática, os alunos perderam essa coisa de ler. A escola e o professor têm que estimular o aluno a ler”, ressalta.

Samuel Marques da Silva Santos tem apenas sete anos de idade e ainda não aprendeu a ler. Mesmo assim, passeava entre os livros infantis da Feira, segurando uma nota de R$ 10, com um olhar atento na busca de um livro que o agrade. Wendel Cesari, também com sete anos, leitor há não muito tempo, disse que os favoritos dele são os de heróis de histórias infantis. E mesmo com pouca idade, já sabe onde está e o que está fazendo. “O evento é para a gente comprar livros, para ler em casa, ou na escola”.

A professora de educação infantil Gisele Karine Cardoso Detrich (27) diz adorar livros infantis e está sempre em busca de novos materiais para trabalhar com as crianças em sala de aula. “Trazê-los na feira é muito importante. É bom vê-los comprando livros também, poder comprar para poder estar na sala de aula, incrementando nosso trabalho”, conta.

Emiliano Daniel de Souza é professor e contador de histórias. Ele relata que a primeira experiência com um livro foi ainda na fase anterior à adolescência. E, de lá para cá, nunca mais se separaram, ele e o livro. E ele deixa uma dica importante que, talvez, continue funcionando hoje em dia. “Eu lembro do primeiro livro que li, O barquinho amarelo. Em 1981, quando eu estudava no primeiro ano. Meu professor criava um suspense: ele deixava a gente ver só uma página do livro e depois pedia para fechar e tínhamos que esperar até o dia seguinte para ver a outra página. Isso causava uma grande curiosidade e eu criei o grande interesse. Minha alegria foi quando meu pai comprou esse livro e eu tinha ele em casa”, relembra ele.

Sobre a contação de história, Emiliano afirma considerar parte importante do processo de gosto pela leitura. “Eu procuro ler esse gênero (infatil), para preparar histórias e torná-las gostosas, saborosas para as crianças, justamente para incentivá-las a ler. Contamos histórias que partem dos livros. As crianças se identificam com os personagens. Eu tento preparar isso de uma forma bem gostosa para que, depois, as crianças voltem aos livros para procurar de novo essas histórias”, finaliza.

A 5ª Feira do Livro de Brusque está aberta aop público na Praça Sesquicentenário, em frente à Prefeitura de Brusque. O acesso é gratuito.