Vereador denuncia suposta compra irregular de terreno pelo Samae

A oposição retornou do recesso na Câmara Municipal de Brusque com toda munição em punho contra o governo. Na sessão desta terça-feira (6) teve desde críticas à falta de médicos e os recorrentes problemas na saúde, a denúncias consideradas mais graves, como exploração indevida do terreno onde está situado o Kartódromo Municipal a suspeitas sobre a negociação de um terreno adquirido pelo Samae e que envolve diretamente o vice-prefeito, Evandro de Farias, também diretor-presidente da autarquia.
Este último assunto entoou o discursos do vereador Ivan Roberto Martins (PSD). Ele apresentou documentos do que seria uma negociação com supostas irregularidades na aquisição de um terreno pelo Samae. Martins disse que fez pedido de informações sobre a compra do terreno, que fica no Bairro Águas Claras.
Segundo ele, o vice-prefeito e presidente do Samae, Evandro de Farias, o Farinha, pediu, em 2011, que a Prefeitura desapropriasse o imóvel para a instalação de um reservatório. Na oportunidade, um engenheiro do Samae, que ocupa cargo comissionado, apresentou laudo favorável, juntamente com três avaliações de preços do imóvel. Porém, faltou o parecer da comissão de avaliação de imóveis do município. Segundo ele, o próprio decreto que permitiu a desapropriação, no artigo 5º, diz que o valor será estipulado pela comissão. Mas esse parecer não veio juntamente com a documentação, o que faz crer que não foi feito.
Ainda de acordo com Martins, Farinha assumira, mais tarde, o comando da Prefeitura de forma interina e ele mesmo teria assinado o decreto de desapropriação que havia solicitado como presidente do Samae. O laudo de avaliação que venceu foi assinado por Denis Ismanitto, que seria proprietário da Imobiliária Ismanioto, vencedora do processo.
O dono do terreno teria dito que vendera o imóvel para a imobiliária, justamente a que venceu a desapropriação. O valor da negociação foi de R$ 150 mil. Ocorre que, segundo Martins, o mesmo terreno foi vendido ao Samae por mais que o dobro do preço: R$ 350 mil.
Ainda de acordo com Martins, mais tarde, em 2012, um apartamento que pertencia ao vice-prefeito teria sido transferido para outra pessoa, coincidentemente o proprietário da imobiliária, a mesma que vencera o processo para desapropriação e vendera o terreno ao Samae.
O vereador disse que ouvira do antigo proprietário do terreno que o dono da imobiliária havia negociado o terreno com um apartamento, que passou a pertencer ao vice-prefeito, colocado no nome do pai dele. Mais surpreso ficamos quando em 2012 esse apartamento era de propriedade do Evandro de Farias, estava no nome de seu pai, foi transferido para o senhor Denis Ismanioto, que é o proprietário do imóvel e que apresentou a desapropriação no valor de R$ 350 mil, disse Martins.
O vereador pediu a criação de uma CPI para apurar o caso. Durante a sessão, o vereador Jean Pirolla (PP) apresentou um requerimento, solicitando que o pedido de Martins fosse avaliado nas comissões, antes de ser votado. Pedido que foi aprovado por unanimidade.
A líder do governo na Câmara, Marli Leandro, disse que a denúncia precisa ser apurada Nós enquanto vereadores vamos querer aprofundar esse assunto, verificar o processo, tudo o que foi feito e ver se, realmente, se existiu alguma irregularidade e quem é o responsável. Queremos saber os detalhes de toda essa tramitação que foi feita pelo Samae com a compra desse terreno, frisou ela.
LDO