NO RODEIO: eles chegam de todas as partes

O acampamento já está armado. São inúmeras barracas e caminhões espalhados em frente ao Pavilhão Maria Celina Vidotto Imhof para a 29ª edição do Rodeio Crioulo Nacional de Brusque. Basta uma caminhada entre os amantes dos cavalos e das tradições gaúchas para perceber a diversidade de cidades que se deslocam para Brusque nessa época afim de prestigiar esse evento tradicional.
André Stolfi (25) é um destes. Ele tem uma loja de artesanatos e se desloca de Porto Belo com os amigos. O objetivo é manter vida a tradição da família: André possui dois cavalos e já participa do rodeio em Brusque há dois anos. Ele chega equipado, com a carretinha, animais, ração e tudo mais para o acampamento ficar completo.
Dentre todos os utensílios, não pode faltar um bom cavalo. Apesar de ser apenas um lazer, André participa de competições. É só para esporte, lazer e tiro de laço. Eu participo da prova de laço, que funciona em dupla ou equipe, mas, até agora, só ganhei experiência, brincam entre risadas.
Jaison Clemes (47), dono de uma fábrica de sapato em São João Batista, já participa há 20 anos do rodeio. Com ele seguem a Brusque a esposa, três filhas e o genro. Hoje, ele possui um caminhão adaptado e muito bem equipado para estar no evento. Mas precisou, por muito tempo, ficar em barraca. Já passamos muito trabalho. Já viemos com o caminhão, só com a carroceria. Mas assim estamos há seis anos, relata.
A paixão vem dele mesmo, já que não há ninguém na família que siga o mesmo caminho. Os meus pais não são do cavalo, mas desde os 13 anos eu já andava atrás de cavalo, de carona com um ou outro e ia me ajeitando pra vir. Ele também participa das competições, mas garante que é por lazer que está no rodeio, já que, atualmente, o evento está muito profissionalizado. Hoje está mais difícil. Mas já ganhamos bastante coisas. Não temos muito tempo para treinar e tem gente que está vivendo só disso, observa ele.
Ana Paula Fiorini (33) saiu de Blumenau pelo quarto ano seguido para participar do Rodeio Crioulo Nacional. Além de Brusque, ela se desloca para eventos parecidos em outras cidades da região. Coloca as barracas e lonas no carro para mais um final de semana entre os cavalos. O carro vem sempre cheio. Não temos carretinha e nem caminhão ainda, mas a gente pretende chegar lá, revela. A equipe de dez amigos, ainda não possui animais, mas pretende adquirir em breve.
O valioso desse tipo de evento, segundo Ana, são as amizades. O pessoal que a gente conhece, as amizades que gente faz, não tem preço. Amizade é o principal, destaca. Filha de gaúchos, ela está seguindo o laço de família e pretende ensinar a tradição também para a filha.
André, Jaison e Ana chegaram ontem à noite (1) e ficam em Brusque até no domingo (4), quando encerrar o evento. São apenas alguns exemplos das muitas faces e de diferentes pontos do estado e até do Brasil que se encontram no 29ª Rodeio Crioulo Nacional.