Sozinho é difícil realizar o sonho, mas sonhar junto é possível. Na história da paróquia São Luiz Gonzaga, que completou 140 anos, existem momentos marcares como a construção da igreja atual. O pároco da igreja matriz, padre Jair Rodrigues, disse em uma metáfora que a imponente igreja localizada no centro de Brusque é construída de pedras e cada uma é um fiel que ajudou a realizar esse sonho. O jornalismo da Rádio Cidade procurou pessoas que de alguma forma ajudaram na construção de um dos mais belos cartões postais da cidade.
Se no Vaticano houve grandes artistas, Brusque também teve os seus e um deles é do Bairro Volta Grande: Manoel Bitencourt (75), que trabalha há mais de 50 anos na função de transformar pedra bruta em arte. Para as pessoas que tem o hábito de ir até a igreja não sabe um dos principais pontos da celebração eucarística, o altar, foi feito por ele e seus irmãos. A peça de pedra está alicerçada em doze pequenas colunas, que traduz as doze tribos de Israel e Antigo Testamento e os doze apóstolos do Novo Testamento. Devido a um derrame há cerca de cinco anos, hoje ele é impossibilitado de fazer qualquer tipo de trabalho parecido e relembra o trabalho com orgulho.
O trabalho do altar, segundo Bitencourt, foi solicitado pelos padres e a diretoria da igreja da época. Segundo afirmou, a diretoria achou que ele e seus irmãos poderiam fazer essa pedra. Deu bastante trabalho devido ser a primeira que a gente fez. Antigamente não tinha as facilidades como hoje. O trabalho foi realizado em seis meses para deixar pronto. Às vezes eu vou lá e fico perto da mesa e lembro de tudo relembra.
Ligado à história da igreja é também o aposentado Ivo Heinig (84), que ajudou a transportar a pedra por volta de 1953, com seu caminhão Chevrolet 51, utilizado para carregar tijolos em sua cerâmica. Nos tempos atuais é difícil de mover uma pedra gigantesca e a curiosidade é saber como fizeram para transportar a pedra de seis toneladas com apenas cinco pessoas.
Heinig diz que isso foi uma aventura de doido (risos). Eu arrisquei meu caminhãozinho que era para cinco mil quilos, mas a pedra no formato bruta pesava bem mais, relembra. Ele disse que tem orgulho de fazer parte da história da igreja. Tenho orgulho por ter transportado a pedra, porque não era qualquer um que colocaria o caminhão lá. O método utilizado foi através de alavancas de ferro e colocavam bananeiras para amortecer a batida.
LDO