232 casos de gripe A em Santa Catarina

O último boletim epidemiológico estadual divulgado nesta sexta-feira (26) traz o registro de 232 casos confirmados de gripe em Santa Catarina. A maioria está relacionada ao vírus Influenza A (H1N1), com 104 casos, seguido de Influenza A (H3N2), com 64 ocorrências, e de Influenza B, com 62 confirmações.
O boletim epidemiológico também traz a confirmação de mais quatro mortes pela doença, no Estado. Os pacientes eram moradores de São Domingos, Joinville, Chapecó e Ponte Alta. Do início do ano até agora, foram confirmadas 14 mortes de gripe por influenza, 13 pelo subtipo viral Influenza A (H1N1) e uma pelo Influenza B.
Os dados divulgados revelam que o município de Jaraguá do Sul teve o maior número de registros de Influenza até o momento. Do total dos 37 casos confirmados, 23 são do vírus A (H1N1), 10 do vírus A (H3N2) e quatro relacionados ao Influenza B. O município de Joinville apresenta um total de 21 casos, dos quais 11 por A (H1N1), seis por A (H3N2) e quatro por Influenza B.
Na capital foram confirmados 13 casos, sendo 11 pelo vírus A (H1N1), um pelo vírus A (H3N2) e um pelo Influenza B. No Sul do Estado, a cidade de Criciúma teve 12 casos, onze pelo Influenza B e um pelo vírus A (H1N1).
Fábio Gaudenzi, diretor da vigilância epidemiológica do estado informa que, de acordo com os prontuários dos pacientes, todos foram tratados com Oseltamivir. No entanto, segundo ele, a maioria (11) iniciou o tratamento tardiamente, após o quinto dia do início dos sintomas. A orientação da Dive é que o tratamento seja iniciado preferencialmente nas primeiras 48 horas, tendo em vista que o antiviral (Oseltamivir) é mais eficaz neste período, esclarece Gaudenzi.
O gerente de Imunização da Dive, Eduardo Macário, explica que dez dos óbitos tinham algum fator de risco associado e as pessoas pertenciam a grupos prioritários para vacinação. Destes, oito eram portadores de doenças crônicas ou fatores associados a agravamento (pneumopatas, cardiopatas, imunodeprimidos, diabéticos, doentes renais crônicos e obesos) e dois eram idosos com idade superior a 60 anos. No entanto, apenas os dois idosos foram vacinados neste ano contra a influenza, observa Macário.
A onda de frio que se encontra em Santa Catarina aumenta as chances das pessoas contraírem doenças respiratórias, inclusive a gripe. A Dive alerta a população para que se proteja do frio e adote medidas de higiene importantes para a prevenção de doenças.
O vírus da gripe pode ser transmitido por adultos doentes por até sete dias, e até 14 dias em crianças. A forma mais comum de transmissão é a direta, entre pessoas, por meio de gotículas expelidas ao falar, tossir e espirrar. A outra forma é indireta, por meio das mãos que, após tocarem superfícies contaminadas por secreções de pessoas doentes, podem carregar o vírus diretamente para a boca, nariz e olhos explica o médico infectologista e diretor da Dive, Fábio Gaudenzi.
A concentração de pessoas em ambientes fechados favorece a circulação de diversos tipos de vírus respiratórios. Em ambientes, o vírus permanece vivo por até 72 horas e, em superfícies como corrimões, maçanetas e torneiras, por até 10 horas.
Por isto, recomenda Gaudenzi, é importante que as pessoas realizem a higiene das mãos com água e sabão ou com álcool e gel, principalmente depois de tossir e espirrar e evitem tocar os olhos, nariz e boca após contato com superfícies potencialmente contaminadas. É importante também que as pessoas não usem as mãos ao tossir ou espirrar. Elas devem, preferencialmente, utilizar lenço de papel descartável ou mesmo o antebraço, e evitar contato com pessoas que apresentem sintomas de gripe, observa.
Os sintomas da gripe costumam ocorrer entre dois a três dias após o contágio, durando em média uma semana. Febre alta permanente e dificuldade de respirar são sinais que podem indicar agravamento do quadro, principalmente se ocorrer em crianças, idosos, gestantes, puérperas e portadores de doenças crônicas, como doenças cardíacas, pulmonares, diabetes, imunossuprimidos, obesos entre outros grupos mais vulneráveis que fizeram parte do grupo prioritário para vacinação contra a gripe.
O gerente de Imunização da Dive, Eduardo Macário, destaca ser fundamental que a gripe tenha um diagnóstico rápido e tratamento adequado. Aos primeiros sinais de gripe, principalmente nesta época do ano, as pessoas devem procurar as unidades de saúde. Os profissionais estão alertados sobre o perigo da gripe e todas as unidades de saúde estão abastecidas com o antiviral Fosfato de Oseltamivir (Tamiflu), que deve ser dispensado gratuitamente mediante receita médica, complementa Macário.