Mandou matar o ex-marido, chorou no velório e no Culto do 7º Dia
Agentes da Divisão de Investigações Criminais da Polícia Civil de Brusque, de Araquari, da Central de Polícia de Joinville e de Balneário Camboriu, cumpriram na manhã de hoje (15) mandados de prisão preventiva, em Brusque, Gaspar e Joinville, de parte dos supostos autores e co-autores no assassinato do representante comercial Valter Roberto Orthmann (50). O homem foi morto a tiros no último dia 1º de outubro e o corpo dele desovado às margens da BR-280, em Araquari, no Norte do Estado.
Em Gaspar foi preso Zeclir Liberatto (43), suspeito de ser um dos executores de Valter. Ele é fugitivo da penitenciária de Chapecó. Os policiais também prenderam, em Joinville, Piter Prolo Infância (26), acusado de ter usado o cartão de crédito da vítima num banco daquela cidade.
Segundo o delegado Alonso Torres, que considera o fato complicado e complexo, as investigações concluíram que o crime teria sido premeditado e arquitetado pela esposa Cristiane Terezinha de Oliveira (43). Os motivos seriam muitos, diz Alonso. Entre eles, questões financeiras e desavenças familiares. Ela permanece desaparecida e a polícia está em seu encalço. Em Brusque, foram presos o irmão de Cristiane, Edson Luiz Rocha (55), e a esposa dele, Joseane Maria Schutell (26).
Os delegados Alonso, Eliéser Bertinotti, de Araquari, e Rodrigo Bueno Gusso, de Joinville, começaram a investigar o caso minutos após o corpo de Valter ter sido identificado. Cinco horas após ser confirmada a morte de Hortmann, os policiais já tinham em mãos as imagens feitas por câmeras do circuito de segurança de uma empresa às margens da rodovia Antonio Heil, ainda em Brusque. Nelas aparece o carro de Valter deixando a cidade rumo a Itajaí, e não a São João Batista, como inicialmente afirmou Cristiane em depoimento.
Enquanto que em Araquari o delegado Eliéser Bertinotti pedia a quebra de sigilo telefônico de outros possíveis envolvidos, em Joinville eram feitas buscas aos acusados da execução do crime.
A polícia apurou que Valter possuía seguros de vida, dois apartamentos, carro e outros bens que não foram revelados. Acusada de ser a mandante do crime, Cristiane participou do velório de Valter e, ainda, foi à Missa de 7º Dia do ex-marido.
O advogado de Cristiane, que não quis se identificar quando ligou para a Rádio Cidade às 11h30min de hoje (15), declarou que Cristiane está vindo para Brusque e que vai se apresentar voluntariamente à polícia na tarde de hoje. Ele disse ainda que a própria Cristiane teria indicado os suspeitos ao delegado Eliezer, em Joinville, mas que não deram a atenção devida ao fato.
Definindo parte das declarações de Alonso Torres à imprensa na manhã de hoje como "inverdades", o advogado garante que Valter teria R$ 4 mil em uma conta corrente s mais R$ 7 mil de uma rescisão de trabalho, O apartamento estaria em nome do pai de Valter e não seria parte de seu patrimônio pessoal. Quanto ao seguro de vida de Valter, o advogado garante que é de R$ 10 mil e que tem prestação em atraso.
Ainda segundo o advogado, Valter teria conhecido os autores do crime por intermédio do cunhado Edson, que esteve preso em 1998. Foi nesta prisão que Edson teria conhecido os autores do crime e que foi ele, Edson, que apresentou os criminosos a Vater durante um churrasco na praia.


