A Câmara Municipal de Brusque recebeu pedido de abertura de processo contra o vereador Jean Pirola (PP), presidente do Legislativo. O documento foi protocolado e assinado por um morador do Bairro Jardim Maluche e pede a cassação do mandato dele. O motivo foi uma escuta telefônica em investigação do Ministério Público em que Pirola aparece intermediando encontro entre o ex-prefeito Jose Luiz Cunha, o Boca, e um empresário.
A investigação do MP busca apurar suspeitas de corrupção envolvendo empresas e a Agencia de Desenvolvimento Regional (ADR). Na interceptação, Pirola conversa com o dono da empresa Múltiplos, Everson Clemente, que presta serviço para o governo do estado e para a Prefeitura de Brusque. Os dois tratam de uma reunião com alguém que dá a entender ser Cunha, no período em que estava como prefeito no final de 2016.
No documento protocolado na Câmara, Darci Romeo Reale Junior, o denunciante, relata trechos da conversa que consta no processo do MP. Ele acusa Pirola de utilizar, inclusive, um assessor da casa, Eduardo Hoffman, ex-vereador e servidor da Prefeitura que esta cedido ao Legislativo, além do próprio telefone da Câmara para a ligação.
“Assim sendo, e de extrema importância a abertura de processo junto a essa corregedoria, para fins de investigação e final punição do vereador Jean Daniel dos Santos Pirola, uma vez que, em tese, praticou atos que o sujeito a cassação de mandato (...)”, frisa na denúncia.
Pirola disse para a Rádio Cidade que está tranquilo quanto a isso e que a denúncia foi despachada para a Corregedoria da Casa. Ele frisou que não fez nada mais do que intermediar um contato entre o empresário e Boca na condição de líder do governo que era naquela ocasião. Ele afirma que a atitude tem viés político.
“Uma denúncia evasivas, uma questão que já foi ultrapassada aqui na câmara. Infelizmente utilizaram de uma gravação telefônica para tentar deturpar nossa trajetória política e nossa pessoa”, disse ele.
O corregedor das Câmara, Paulo Sestrem (PRP), afirma que o procedimento, conforme o Regimento Interno, determina que se analise o caso e elabore um documento no qual conste se aceita ou não a denúncia.
“Temos até dia 10 ou 12 desse mês para fazer o parecer. Estou pedindo auxilio ao setor jurídico da casa e, a partir daí, fazer o parecer”, destacou.
Este seria o terceiro parecer sobre processos que Sestrem pegou como corregedor. Os outros dois envolviam o ex-vereador Roberto Prudêncio Neto (PSD) e Joaquim Costa (PMDB), o Manico, em ambos houve parecer do próprio MP dando como inconsistentes as denúncias.
Sobre a possível cassação de mandato, como requer o denunciante, Sestrem afirma que tudo vai depender do setor jurídico e que todo cuidado e pouco para não se fazer um julgamento político.
“Não posso adiantar agora porque tenho verificar a legislação para ver o que caberia. Não há nada ainda, porque não temos domínio total do processo”, disse.




