Motorista de aplicativo fala sobre reclamações no Procon de Brusque
O transporte por aplicativo tem crescido no país e em Brusque não é diferente. A população de quase 140 mil habitantes é atendida por mais de 600 motoristas de quatro empresas que atuam no município. Com a crescente procura, aumentaram, também, a reclamações. O Procon de Brusque tem sido acionado em relação principalmente aos cancelamentos nas chamadas pelos motoristas.
O motorista Mário Pacheco, que atua em uma empresa de aplicativo, participou da programação do Rádio Revista Cidade na manhã desta segunda-feira (8). Ele explicou que as altas taxas nas corridas fazem com que o motorista se recuse a fazer alguns trajetos curtos.
“Temos inúmeras dificuldades. Desde de 2016, quando as atividades de aplicativos surgiram, eles vieram com um valor que baixaram para os passageiros, mas não baixaram as taxas das empresas que coletam as nossas atividades. Tudo isso junto com o aumento do combustível tem gerado muito custos”, afirmou.
Para esclarecer alguns valores, Mário exemplificou uma corrida para o aeroporto de Navegantes. “Uma corrida para Navegantes, por exemplo, 55 Km, e 58 minutos, a maior empresa que é a Uber, ela cobra R$1,12 por quilômetro e sobra para o motorista R$0,93 e em minutos sobra R$0,18. Então, a empresa fica com 39% de R$79,00 para o motorista vai sobrar R$32,00”, explicou.
Por outro lado, o motorista afirmou que a população as vezes também ultrapassa alguns limites. “Temos muitas reclamações dos motoristas, principalmente nos mercados. O cidadão vai, faz as compras, leva quatro pessoas da família, carrega três carrinhos de compras e os aplicativos não somam isso um valor a mais, por isso falo em educar a população, as pessoas precisam estar atentas a isso. Como você com quatro pessoas no carro, vai ainda carregar todas as compras?”, exemplificou Mário.
A profissão ainda não é regulamentada em Brusque, mas é vista com bons olhos por Mário. “A regulamentação eu vejo de forma positiva, porque ela vai trazer um filtro dos profissionais, teremos um setor fiscalizador, provavelmente a Setran, onde qualquer problema que o usuário tenha com o motorista ele vai ser chamado, e vai conversar com alguém naquele setor”.
Conforme Mário os chamados são muitos, só a Uber, pioneira em Brusque, chega a fazer três mil corridas por dia.