Arcebispo repudia ação da Prefeitura

O arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck, divulgou uma nota oficial no site da própria da Arquidiocese, referente à intervenção da Prefeitura de Brusque no Hospital Cônsul Carlos Renaux (Hospital Azambuja), ocorrida na terça-feira, dia 4 deste mês. Para o líder religioso, foi um decreto truculento, despótico e autoritário.
Dom Wilson disse que a alegação do decreto assinado pelo prefeito Paulo Roberto Eccel é estado de calamidade pública e isso se deve a um impasse. O hospital e a Prefeitura de Brusque mantinham um contrato, onde a unidade assumia a responsabilidade de atender os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) e o poder público pagava por cada paciente atendido.
Acontece que os repasses não cobria a metade dos custos. Este contrato terminou no dia 28 de fevereiro e era necessário renová-lo, mas a proposta apresentada pelo senhor prefeito continuava a impor um débito mensal que o hospital não estava disposto a assumir, disse o arcebispo em seu pronunciamento.
Dom Wilson ressaltou que é bom lembrar que o responsável pela saúde da população é o governante e que o hospital é um mero prestador de serviço e que recebe para cumprir a missão que assumiu perante a sociedade. Neste caso, o senhor prefeito além de não cumprir a sua parte de gerir a política para a saúde e de dar condições para que o hospital funcionasse, ainda invadiu um setor que não lhe compete, de forma autoritária e truculenta, disse o arcebispo.
O líder católico lembrou que o Hospital de Azambuja vem prestando atendimento à saúde da população de Brusque e arredores há mais de cem anos. Reconheceu que sempre teve dificuldades neste período, mas sempre contou com o apoio da população e do empresariado local. Lamentamos e repudiamos a atitude autoritária tomada pela autoridade do Poder Executivo de Brusque. Esperamos que o Executivo possa se empenhar para implantar uma política de saúde que atenda as necessidades da população e saia do hospital, lugar que não deveriam ter invadido, enfatizou Dom Wilson.
Ao finalizar, o líder religioso disse que acredita que o diálogo e a negociação sejam o melhor caminho para somar forças e servir a comunidade. A assessoria do prefeito Paulo Eccel foi consultada para se manifestar sobre as declarações do arcebispo e deve emitir nota sobre o assunto até o final do dia.