A autorização tanto do governo federal quanto do estadual para que um hospital possa estar habilitado a executar certos serviços pode demorar até dois anos. Palavras do administrador do hospital de Azambuja, Fabiano Amorim, que foi à sessão da Câmara de Vereadores de Brusque nesta terça-feira (13). O convite para a explanação no Legislativo partiu de pedido feito pelo vereador Marcos Deichmann (PEN).
Amorim disse que o uso de espaços da UTI disponíveis naquela unidade aguardam liberação desde agosto de 2016. Um burocracia que impede que a unidade possa prestar serviços nos quais o usuário precisa se deslocar a outros municípios.
O administrador do hospital apresentou números sobre os atendimentos na unidade desde 2015.
Sobre o número de pessoas atendidas no pronto socorro, a média foi de 5.500 em 2015, 5.800 em 2016 e passa de 5.800 este ano. Destes, segundo ele, a grande maioria, algo em torno de 92%, é de casos em que as pessoas estão com problemas há vários dias. Ou seja, não urgentes. “Estranhamente, nosso maior pico e das 7h da manhã as 7h da noite, e não quando os postos de saúde estão fechadas”.
Conforme os números apresentados por ele, a média de tempo de espera chega a uma hora e meia. Raramente ocorre de um tempo maior, que pode chegar a até quatro horas, nestas situações, o motivo é a chegada de ambulâncias com casos urgentes.
Um dos pontos destacados por ele é a participação do hospital no mutirão de cirurgias da Prefeitura, colocado em prática este ano. Foram 150 nos últimos três meses.
Em relação às cirurgias em geral, a quantidade média também vem aumentando desde 2015. Naquele ano foram 480 por mês, passando para 600 em 2017.
O Ambulatório particular começou a atender em junho de 2015. Começou com 300 consultas e com fechamento do Hospital e Maternidade, o Evangélico, dobrou o atendimento. Cerca de 25% é da pediatria.
Hospital regional
Questionado sobre o porquê de o hospital não ser tornado regional, Amorim disse que isso não seria uma medida de benefício para a unidade. Isso porque o governo do estado não quer se livrar desta responsabilidade. “O governo do estado não quer mais e quer se livrar. Em torno de R$ 1,8 bilhão da saúde fica nos 14 hospitais deles. Eles não conseguem fazer o volume de cirurgias que o Azambuja faz ao mês”.
Segundo Amorim, alguns locais conseguiram tornar seus hospitais em parte regionais. Nestes, o governo manda dinheiro todo mês para manter as unidades. Porém, isso só ocorre devido à influência político-partidária. “Essa é uma questão política da região, dos políticos da região irem lá mostrar a importância do hospital na região”.
Dívida do poder público
O hospital tem a receber em torno de R$ 900 mil de AIHs (Autorização de Internação Hospitalar) atrasadas para receber tanto da Prefeitura quanto do governo do estado. São valores produzidos acima do teto de serviços contratualizado entre a unidade e os governos.



