Encenação
Uma brincadeira de palavras faz parte do convite feito pelo pesquisador, cenógrafo e sombrista Alexandre Fávero, da Cia de Teatro Lumbra, de Porto Alegre (RS), para a abertura da Temporada de Teatro do Centro Empresarial, Social e Cultural de Brusque (Cescb). Ele encena a peça Sacy Pererê A Lenda da Meia Noite.
A companhia inicia as apresentações da temporada na próxima terça-feira (4), às 15h, e, na quarta-feira (5), com a segunda apresentação às 19h30min, no teatro do Cescb. Os ingressos custam R$ 4 e meia entrada R$ 2.
O projeto prevê, ainda, a distribuição gratuita de 30% dos ingressos. A intenção foi abrir espaço para que toda a comunidade possa vir ao teatro, assistir grandes espetáculos e conhecer o que os artistas da região estão apresentando, diz o produtor Sérgio Valle, da PrismaCultural.
Ao todo, 13 espetáculos foram selecionados, o que representa 26 encenações, pois cada um deles subirá ao palco duas vezes. As apresentações serão às terças e quartas-feiras, nos horários das 9h, 15h e às 19h30min. As apresentações iniciam no dia 4 de junho e seguem até 20 de novembro de 2013.
E para abrir a temporada nada como um espetáculo premiado e que agrada crianças corajosas e adultos curiosos, como costumam dizer os produtores da peça.
Todo o espetáculo é inspirado no primeiro livro editado por Monteiro Lobato no ano de 1918. Nele, os sombristas (manipuladores do teatro de sombra) contam uma história de suspense em que um viajante é assombrado pelo Sacy e perde todas as suas coisas. O homem caça o diabinho e o prende em uma garrafa, obrigando-o a devolver todos os seus pertences. Antes de seguir viagem, por um descuido, o aventureiro solta o Sacy, que foge dando uma grande gargalhada.
De acordo com Fávero, o diferencial do espetáculo já está no nome, grafado com Y, que diz que o saci que será apresentado é outro. Lidamos com o escuro, o medo, um Sacy primitivo e muito anterior ao Sítio do Pica-Pau Amarelo. O trabalho é calçado no potencial assombroso que o danado do Sacy tem e no ambiente do teatro de sombras. No ver e não ver. Na imaginação e na surpresa, conta.
No final, o público pode ver de perto os materiais de cena e conversar com os artistas sobre o teatro de sombras e as lendas brasileiras. É necessário que a população de Brusque prestigie, participe e dê continuidade com a sua presença em todas as sessões. Só assim a arte e os artistas podem fazer circular as riquezas do Brasil com qualidade entre os diferentes públicos do país, lembra o diretor.