Um telefonema para as pessoas certas e o problema está resolvido em meia hora. A prática pode até não ter nada demais, exceto se o problema tiver relação com o poder público e pessoas que atuam nele. Caso como relato feito na tribuna da Câmara Municipal de Brusque na sessão da última terça-feira (23) pelo vereador Nilson Pereira (PSB).
Quando subiu ao espaço para falar a respeito da questão que envolve o mamógrafo da rede Feminina de Combate ao Câncer, Pereira abriu espaço para relatar situação vivida por ele e pelo colega Marcos Deichmann (PEN) três dias antes, em um evento na Associação do Samae. Na ocasião, Nilson Pereira estava no referido evento quando o vereador do PEN pediu auxílio para resolver o problema de uma pessoa que havia feito contato com ele naquele momento. O assunto dizia respeito ao setor de saúde.
“A pessoa estava enferma e não tinha como ir embora as dez horas da noite. Tranquilamente já liguei Para o Dirceu (Marchiori, assessor do gabinete do prefeito), pois estava sem o telefone do doutor Humberto (Fornari, secretário de Saúde). Não deu meia hora e estava tudo resolvido”, frisou ele sobre o caso.
Na tribuna, Pereira não deu muitos detalhes sobre o caso. A situação dava a entender que ele teria usado das prerrogativas de vereador e de ter trânsito no governo para resolver o problema de alguém, a partir da solicitação de Deichmann. Pelas palavras do vereador, um problema relacionado ao setor de saúde e que foi rapidamente resolvido graças ao contato que quem necessitava tinha junto aos políticos.
Algo que pode se enquadrar no Artigo 321 do Código Penal Brasileiro: Patrocinar (advogar, pleitear, facilitar), direta ou indiretamente, interesse privado (se for próprio, não há o crime) perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário....
O vereador Marcos Deichmann disse à Rádio Cidade que o caso se referia a um pedido de ajuda que ele recebeu através de mensagem no celular de uma pessoa que estava no hospital de Azambuja com o pai adoentado. A necessidade era de conseguir transporte para que a pessoa pudesse ser levada para casa, serviço este que o município não dispõe. Mas, neste caso, foi possível graças ao o contato com os vereadores e à influência deles, mais especificamente Nilson Pereira, junto ao Executivo.
“Esse paciente teve um caso de AVC e estava em um estado precário. Eles não tinham como conduzir esse paciente até sua casa e ele estava no pronto socorro”, relatou Deichmann, confirmando que após o contato com o vice-prefeito Ari Vequi e o vereador Nilson Pereira, que fizeram a ponte com o secretário Humberto Fornari, o problema foi resolvido e uma ambulância foi deslocada para levar o paciente para casa.
Deichmann frisou que se for crime esse tipo de atitude, então todas as indicações sobre melhorias de ruas e problemas desta natureza que são levadas pela população aos vereadores, e estes encaminham ao Executivo, também não podem ser feitas.



