A Casa de Passagem voltou a ser tema de discussão em Brusque. Desta vez na sessão desta terça-feira (14) da Câmara Municipal. Um requerimento do vereador Ivan Roberto Martins (PSD), citando abaixo assinado com mais de 700 nomes, segundo ele, pedia que Câmara se posicione em favor dos moradores e contra a decisão da Prefeitura de instalar o espaço naquele local.

No discurso, Martins disse que a Casa precisa ser criada, mas discordou do lugar. Frisou que, em momento algum, o pleito tem origem preconceituosa. Mas enfatizou que a população que reside nas imediações levanta pontos da segurança colocada em risco como justificativa contra a Casa de Passagem no local. Destacou, ainda, que “falta diálogo por parte da Prefeitura”, principalmente, segundo ele, do prefeito Paulo Eccel, em debater com os moradores o assunto.

A vereadora Marli Leandro (PT), líder do governo na Câmara, disse que não votaria em favor do requerimento porque, na avaliação dela, o teor do mesmo é meramente preconceituoso. Questionou a ausência de requerimentos parabenizando a Prefeitura pela idéia de criar um espaço como a Casa de Passagem, tento em vista que as colocações não são contra a proposta, mas a localização.

O presidente da Casa, Guilherme Marchewsky (PMDB), também usou a tribuna para debater o tema e defender a instalação da Casa de Passagem. Disse, ainda que vai buscar intermediar um encontro entre os moradores e o prefeito Paulo Eccel.

Roberto Pedro Prudêncio (PSD) corroborou as palavras de Ivan Martins. Ele centrou as críticas ao prefeito Paulo Eccel, que, na visão dele, não tem dado espaço para os reclames dos moradores.

Valmir Ludvig (PT) contrapôs Prudêncio Neto. Disse que o pessedista não tem visto o prefeito porque não comparece a nenhum evento dos que são realizados por todos os cantos da cidade. Citou desde o Orçamento Participativo e suas reuniões, a congressos e outros que discutem temas relacionados à sociedade local.

Jean Daniel Pirolla (PP) rebateu a oposição. Disse que já teve escritório de advocacia na Rua Hercílio Luz e que já viu movimentação de moradores para resolver problema que havia na época em determinado ponto para consumo de drogas e bebidas. E questionou a existência de índices de criminalidade cometida por pessoas que se enquadram nos requisitos das que usarão a Casa de Passagem.

O vereador Dejair Machado (PSD) também se posicionou em favor do requerimento de Martins. Disse que tudo já está acertado, como locação do imóvel e divulgação da proposta. Só resta, segundo ele, à “população” reclamar e protestar.

Celso Carlos Emydio da Silva (PSD) disse que um abaixo assinado é uma forma de mobilização da população. Afirmou que as pessoas não querem a Casa de Passagem no local porque têm medo. Como os demais da bancada, negou preconceito, mas disse que a presença das pessoas que usarão o local faz com que “se reúnam condições para que isso (criminalidade) possa acontecer”.

O requerimento foi rejeitado. O vereador André Rezini (PPS), da bancada de situação, votou favorável ao mesmo, junto com a oposição.