Integrantes do time de robótica TecnoRob RED, composto por seis alunos do SESI Escola em Brusque, estão contando as horas para viverem uma grande aventura em terras europeias. E não é pra menos. Após representar Santa Catarina na etapa nacional do torneio First Lego League (FLL), organizada pelo Serviço Social da Indústria (SESI) Nacional no início de março, no próximo dia 23 de maio a garotada será a cidade, o estado e o Brasil no Open European Championship, campeonato internacional de robótica Lego que ocorre na cidade de Aarhus, em solo dinamarquês, de 26 a 28 de maio.
Durante o torneio, primeiramente, as cerca de 120 equipes de várias partes do globo terão avaliados os seus projetos de pesquisa, baseado no desafio desta temporada que foi Animais Aliados (Animal Allies), incentivando os alunos a apresentar ideias que tornem a relação entre homens e animais amistosa para ambos. Os brusquenses tiveram a ideia de idealizar um site denominado Animal Friendship, que irá orientar os usuários a como procederem ao encontrar animais inofensivos ou não. O portal que deve entrar no ar nos próximos dias servirá de apoio para a Fundação Municipal do Meio Ambiente de Brusque (Fundema).
Após a parte teórica, é a vez robôs compostos de peças de Lego invadirem as mesas de desafios. As máquinas devem ser capazes de vencer diversos obstáculos impostos pelos juízes da competição em apenas dois minutos e meio.
E para que todos façam bonito no antigo continente, preparação é o que não pode faltar. De acordo com a professora do SESI Escola e uma das técnicas do TecnoRob RED, Giane Moritz Duarte, a intenção é melhorar cada vez mais todos os aspectos que envolvem a apresentação do grupo, com destaque para a capacidade de trabalhar em equipe. Capacidade de resolver problemas e aplicar as soluções tecnológicas, que são itens considerados de fundamental importância para os jurados. “Estamos trabalhando aos sábados, domingos, quase todos os dias à noite, porque agora é correr mesmo contra o relógio”, frisa.
De acordo com o vice-presidente regional da FIESC no Vale do Itajaí Mirim, Ingo Fischer, “o SESI SC vem investindo, cada vez mais, em educação tecnológica com o objetivo de incentivar uma aprendizagem criativa e formar profissionais adequadamente preparados para os desafios da atualidade”, lembra.
AULAS COM ESPECIALISTAS
A vontade de trazer uma premiação para o SESI Escola em Brusque é realmente algo que move a equipe. Nos últimos dias 6 e 7 de maio, por exemplo, o juiz chefe da FLL, Gui Lima, direto de Minas Gerais (MG), compareceu na unidade escolar brusquense para horas de treinamento e consultoria com os adolescentes. Ele foi convidado a avaliar e preparar o time para representar o Brasil no Open European Championship. “Nosso foco foi conhecer melhor a apresentação da equipe, deixar que ela se julgue à partir da gravação da apresentação e a partir desse material fazer as mudanças necessárias para a evolução”, comentou Lima.
Não podemos nos esquecer de um detalhe muito importante: toda a apresentação dos jovens terá de ser feita na língua inglesa. Apesar de quatro dos seis integrantes falarem fluentemente o inglês, todos passam por aulas intensivas com a teacher Francineide Daivis dos Santos. Para ela, é bem interessante que todos tenham essa vivência para que a competência linguística melhore ainda mais no futuro. Aspectos como pronúncia e fluência estão sendo abordados durante as classes, para que a apresentação ocorra do modo mais natural possível. “A língua dinamarquesa é muito difícil, então o inglês seria a língua de referência. A turma está desenvolvendo bastante, uns ajudando os outros”, complementa a educadora.
Representante feminina no TecnoRob RED, a aluna Ana Carolina Uhlmann, de 15 anos de idade, acredita que os ensinamentos e conhecimentos obtidos nas aulas de robótica são válidos para todas as áreas profissionais que ela possa desejar atuar no futuro. Uma espécie de conhecimento geral para as carreiras. Além disso, para ela, as mulheres devem cada vez mais povoar o setor tecnológico, em especial o da robótica. “Tem de ser igual, independente do sexo da pessoa”, salienta.
Ir a fundo, trabalhar em equipe, ser respeitoso, encontrar especialistas no tema desta temporada do torneio e elaborar um extenso projeto de pesquisa é considerada pelo integrante Thiago Day, de 15 anos de idade, uma das maiores experiências que ele levará, após a participação no torneio. Ele é outro que acredita na importância da função pedagógica do ensino de robótica no SESI Escola. “Isso traz um conhecimento enorme pra gente. Aprendemos a desenvolver estudos científicos, a mexer com engrenagens, robôs, matemática, e isso pode nos influenciar muito ao escolher uma profissão, já que chegaremos ao mercado com conhecimentos avançados”, diz.
É a segunda vez que uma turma brusquense participará de um torneio mundial. Em 2016, o evento que contou com os SESI Escola foi sediado em Saint Louis, cidade independente situada no estado de Missouri, no centro-oeste dos Estados Unidos.
Além de Ana e Thiago, compõe o TecnoRob RED: Ana Carolina Nuss, Arthur Felipe Carminati, Marcelo Chagas Azambuja e João Guilherme Comandolli Jordão. Os torneios mundiais serão realizados ao longo do ano na Dinamarca, Austrália, Estados Unidos e Reino Unido. Ao todo 30 equipes vão representar o Brasil nas competições, com estudantes de 9 a 16 anos de idade.