Moção de apoio ao IFC vira debate político na sessão

A sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Guabiruba transcorria na maior tranqüilidade, na noite desta terça-feira (21), sob a presidência da vereadora Rosita Kohler, até que passou a ser apreciada uma moção de apoio aos professores, estudantes e servidores do IFC (Instituto Federal Catarinense), campus de Brusque.
O objetivo da moção é sensibilizar o Governo Federa a rever a decisão de contingenciar verbas da educação, afetando as universidades e institutos federais que podem perder cerca de 30% nos recursos não obrigatórios liberados pelo Ministério da Educação.
O vereador Waldemiro Dalbosco se manifestou contrário à aprovação da moção, alegando que se fosse para aprovar, deveria dar ouvido a outras categorias, como a saúde, que também sofrem a redução de recursos e nem por isso estão se organizando para pressionar o Governo Federal. No entanto, o vereador deixou claro que defende a educação, mas não concordava com a moção em prol do IFC.
Curiosamente, vereadores que no âmbito municipal estão em lados opostos, nesta questão afinaram a sintonia. O vereador Haliton Teodoro Kormann também se manifestou contra a proposta da moção e defendeu a política do presidente Jair Bolsonaro. Ele lembrou que em anos anteriores os governantes cortaram recursos da educação e não ocorreram manifestações semelhantes.
O vereador Felipe Eilert dos Santos saiu em defesa da proposta, que é de sua autoria, citando os prejuízos que o IFC terá com o contingenciamento anunciado pelo Ministério da Educação, principalmente porque a medida vale já para este ano e isso dificulta os projetos do Instituto Federal Catarinense, pedindo a compreensão de seus colegas e dizendo que 113 alunos de Guabiruba freqüentam atualmente a instituição no campus de Brusque.
O vereador Cristiano Kormann buscou um equilíbrio, lembrando que defende o governo do presidente Bolsonaro e as medidas que estão sendo adotadas, mas defendeu a aprovação da moção de apoio ao IFC, por se tratar de uma questão da educação regional. Já o vereador Paulo Ricardo Gums não seguiu a mesma linha e anunciou que era contra a aprovação da moção, defendendo a política do atual presidente.
O vereador Jaime Nuss defendeu que a moção fosse retirada da pauta do dia e alterada, sendo destinada aos deputados e senadores de Santa Catarina, para que ela tenha a repercussão desejada na esfera federal. A presidente Rosita Kohler consultou os vereadores e decidiu suspender a votação, aguardando as alterações e voltando com o tema na próxima sessão.