Brusquenses no outro lado do mundo

Did you know that English is the spoken language in Ireland? Também conhecida como terra da esmeralda pela quantidade e intensidade do verde, a Irlanda é um pequeno país rodeado pelo Reino Unido, na Europa. Famosa pelas ovelhas, duendes, St. Patrick, U2 e inúmeros pubs, a ilha vem sendo conhecida pelos brasileiros pela facilidade de realizar intercâmbio no país.

A burocracia para Irlanda é menor e os preços também são abaixo dos outros países. Esses são os motivos iniciais. Mas basta uma rápida busca online para descobrir que a Irlanda reserva muito mais do que isso. Povo alegre e hospitaleiro, melhor salário da Europa e grandes visuais que são cenários de muitos filmes.

Nos últimos anos já são mais de dez brusquenses que foram e voltaram da terra verde. Loriane Verwiebe (27) deixou o emprego de contadora e decidiu se aventurar no sonho que tinha desde os 16 anos. Ela deu início ao intercâmbio em junho do ano passado.

“Sempre foi um sonho morar no exterior e conhecer novas culturas. Irlanda não era meu foco principal, sempre quis ir para os Estados Unidos, fiz diversos processos para trabalhar como Au Pair, mas meu inglês não era suficiente e não consegui colocação. Como o processo de Au Pair é somente até 26 anos e eu já estava quase completando 27, resolvi pesquisar sobre outros países. Entrei em contato com uma agência de viagens em Brusque onde o agente já havia feito intercâmbio para Irlanda, apontou várias vantagens o que me deixou muito animada, logo fechei o intercâmbio com ele e decidi ir viajar”.

O objetivo era aprender inglês e viajar pela Europa. Concluído! Trabalhou como Au Pair e cuidou de duas crianças irlandesas, que ainda mantém contato. O emprego possibilitou diversas viagens. Em oito meses de intercâmbio, Loriane conheceu nove países: Inglaterra, Portugal, Espanha, Holanda, França, Itália, República Tcheca, Áustria e Alemanha.

Ela diz que a experiência foi maravilhosa. “Foi incrível, mesmo com um sonho antigo de viajar para o exterior, jamais imaginei conhecer tantos lugares e culturas diferentes. É incrível você assistir filmes com pontos turísticos europeus, e poder vê-los ao vivo na sua frente, é uma sensação inexplicável”.

Mas ao contrário do que muitos pensam, nem tudo é fácil. Aliás, tem a adaptação com a comida, clima, língua e cultura. Para ela, o frio foi um grande problema. “Eu amo o verão e gosto de estar sempre na praia, quando o frio realmente começou foi complicado, pois eu pensava muito antes de colocar o pé na rua. Só saía mesmo porque precisava ir trabalhar. A chuva também foi um grande problema, já que chovia praticamente todos os dias, não na mesma proporção que no Brasil, pois era uma garoa e não chuva forte. Porém, eu sentia muita falta do sol”, relembra.

Sobre as curiosidades do país, ela conta que o Reduced é algo que chamou a atenção dela. “Produtos que estão próximos da data de vencimento são vendidos em prateleiras específicas por metade do preço. Lá, é muito comum e muitas pessoas vão ao mercado próximo ao horário de reposição dessas mercadorias, para conseguir os melhores produtos”.

Loriane já retornou ao Brasil em fevereiro deste ano. Poucos dias antes de Jéssica Kormann (21) embarcar junto com outros três brusquenses em busca da mesma aventura e mesmo destino. Escolheu a Irlanda pelos mesmos motivos. “Além de aprender uma segunda língua, importante como o inglês, eu sempre quis para aprender novas culturas, poder viajar, e aprender a me virar completamente sozinha”.

São apenas dois meses no país, mas já é tempo suficiente para tirar conclusões e ter saudade da família. “Esta sendo tudo ótimo. Complicado mesmo é a saudade da família e amigos. A adaptação agora está tranquila. O complicado mesmo foi a primeira semana. Cheguei a passar mal pela diferença da comida e principalmente da água. Quanto ao frio não tive problema porque eu gosto do inverno. Mas confesso que agora com 10 graus está bem melhor. Todo dia é uma tarefa, no começo pela busca de um apartamento e agora por um emprego”.

Com a volta marcada para janeiro de 2014, Jéssica ainda tem muito para desvendar na Irlanda. Loriane, que já está no Brasil desde fevereiro, diz que apesar da saudade, não gostou da experiência de voltar para casa.

“Quando entrei no avião em Dublin para voltar ao Brasil, já me perguntei: será que estou fazendo a coisa certa? Quando cheguei em casa, tive certeza que não deveria ter voltado. Sentia sim, muita saudade da minha família, mas realmente sinto que aqui não é meu lugar. Sinto falta das facilidades, como querer ir viajar, pesquisar passagem, trabalhar duas semanas e ter dinheiro para isso, no Brasil é tudo mais caro! A cada pergunta respondida nessa entrevista, continuo ainda me perguntando, o porque eu voltei”.