Na SDR Brusque, incluir é crescer
Correr, brincar, pintar, ler, são atividades cotidianas de toda criança. Mas, nem sempre foi assim para a pequena Anna Christina Duquesne de Andrade. A menina de nove anos, que é autista e portadora de um tipo raro de epilepsia, teve convulsões desde os 20 dias de vida. Quando completou oito anos, ela perdeu a coordenação motora e desenvolveu a dislexia, doença que prejudica a capacidade de ler, dificultando o aprendizado. "Tive que ser positiva em tudo e sempre batalhei pela melhora dela", diz Maria Selma Duquesne, 43 anos, mãe de Anna. "Mas, chegou uma hora que eu entreguei nas mãos de Deus com muito amor", completa.
Segundo Maria Selma, foi depois desse pedido que a menina começou a apresentar sinais de melhora. Isso, graças ao empenho da mãe e também à educação inclusiva que Anna Christina recebe desde o começo de 2008 na Escola de Educação Básica Araújo Brusque. Atualmente, ela freqüenta a 3ª série do ensino fundamental. além de receber aulas de apoio na sala de inclusão. Lá, recebe, através do chamado "Professor Dois", um atendimento individualizado para sanar suas necessidades especiais.
Segundo Alício Schiestel, integrador de educação especial da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional em Brusque, para o caso da menina a presença do professor dois é essencial. "É um apoio fundamental para que ela tenha resultados positivos", completa. E por falar em resultados, hoje em dia Anna Christina já consegue ler um livro, pintar um desenho e correr para lá e para cá com seus amiguinhos, na aula de educação física.
A mãe, Maria Selma, exalta o empenho da equipe da EEB Araújo Brusque, representada pela professora Norma Donini, da sala de inclusão, e pela professora Rosemeri Costa e Silva, da 3ªsérie vespertina. "Estou super satisfeita com a escola". Também freqüentam a sala inclusiva do educandário cinco alunos do ensino fundamental. Em toda a rede pública estadual pertencente à SDR Brusque, 34 portadores de necessidades especiais são atendidos por esse sistema de aprendizagem.
A diretora Sueli Guarezzi Zenatti e a orientadora educacional Suzete Schlindwein têm acompanhando a evolução da menina desde a chegada do professor dois. "A possibilidade desse mestre caiu como uma benção na nossa escola", diz Sueli. "Além do nosso trabalho, a questão da presença e o apoio dos pais é extremamente importante", destaca Norma, responsável pela educação inclusiva.
Anninha é uma criança meiga, sensível e carismática, que gosta de matemática e brincar. Para seus amigos de sala de aula, ela é uma pessoa muito legal, extrovertida e que adora cachorro-quente. Mas, que também gosta de estudar e de chamar a atenção dos coleguinhas para ficarem em silêncio. Ela faz isso batendo com a régua na carteira. Segundo a professora Rosemeri, os companheiros de sala têm admiração pela menina e sempre a ajudam. "Ela está totalmente integrada à turma", diz a professora.
A Lei - Conforme a resolução número 112 do Conselho Estadual de Educação, o artigo 5º fixa normas para a educação especial. "O Sistema Estadual de Educação deve garantir adequações curriculares para contemplar a diversidade, promovendo o acesso e a permanência com qualidade dos educandos na rede regular de ensino e estas adequações curriculares devem constar do projeto político pedagógico das unidades escolares."



