Após esperar ansiosamente a chegada do segundo filho, a dona de casa Rosane de Oliveira (22) teve uma decepção que jamais irá esquecer. De acordo com o relato de Rosane, ela tentou procurar atendimento no Pronto Socorro do hospital de Azambuja terça-feira (15). Porém, não passou da recepção. Diz a jovem que a recepcionista informou que ela não seria atendida. Diante da situação, Rosane voltou para casa sem ao menos ser observada pelo médico plantonista.

Ao persistirem os sintomas de que a hora do parto havia chegado, a família da gestante pediu ajuda ao SAMU, que de acordo com a família conseguiu uma vaga no hospital Santo Antonio, em Blumenau, onde o parto foi realizado. No entanto, a criança teria tomado água do parto e teve que permanecer internado por 12 horas. O recém-nascido não resistiu e faleceu.

A família velou o pequeno na manhã de hoje (17) e sepultamento aconteceu às 15 horas. Inconformados, a mãe - muito abalada - e o pai, que sequer tinha condições de falar, pedem por justiça. Eles querem evitar que outras famílias passem, assim como eles, nove meses esperando a chegada de um filho e não o percam por falta de atendimento.

Em contato telefônico com o diretor técnico do hospital de Azambuja, Antonio Pucci de Oliveira, informou que na terça-feira (15) a obstetrícia já estava fechada. Segundo ele, não foi a demora no atendimento que causou a morte da criança. Pucci argumentou ainda que se a paciente tivesse passado da recepção, o hospital teria que atendê-la.

A mãe da moça foi clara ao afirmar que a filha estava esperando no carro enquanto ela foi até a recepção da emergência para buscar auxílio, mas que a recepcionista teria apenas avisado que o hospital não estava fazendo partos e que elas deveriam procurar ajuda em outro lugar.

No entanto, o médico plantonista daquela noite nem mesmo foi chamado para examinar a grávida e tomar as medidas cabíveis, como examinar a mulher e encaminhá-la para outro hospital. "Ela (a criança) morreria de qualquer jeito", disse o diretor técnico Antônio Pucci.