A fuga no início da noite de ontem (22) de dois dos oito presos que estão ilegal e irregularmente encarcerados no cubículo da Delegacia de Polícia de Brusque traz, à tona uma questão que já perdura há anos. A falta de estrutura é gravíssima. “É horrível”, considera o delegado Alonso Torres. A permanência de marginais aprisionados na DP além do tempo para lavratura do flagrante, é vista pelo policial como “ilegal e irregular”, uma vez que a Delegacia não é local para a guarda de presos.
Com uma estrutura de pessoal restrita ao básico do básico, a Delegacia de Polícia recebeu quatro agentes prisionais enviados pela Secretaria de Estado da Segurança Pública. No treinamento eles foram preparados para lidar com detentos em cadeias e presídios, onde a rotina dos presos permite banhos de sol, caminhadas e visitas, por exemplo. Em uma delegacia de polícia, a situação é outra. Não há essas regalias.
E como a estrutura da DP de Brusque é absolutamente precária - um dos cubículos está fechado, a fuga de ontem “saiu barato”, diz o delegado Alonso. Os outros seis detentos também poderiam ter escapado juntamente com Célio e Anderson, que já têm prisão preventiva decretada. “A nossa estrutura (da delegacia) não suporta” o elevado número de prisões, reforça o delegado.
Como resultado de uma semana lotada de prisões em flagrante, apenas hoje, na mesa do delegado Alonso, há três autos de prisão em flagrante que serão concluídos e encaminhados na segunda-feira (26) ao Judiciário. Enquanto isso, a sociedade aguarda a efetivação da promessa feita pelo secretário Ronaldo Benedetti. Ele garantiu que a Delegacia de Brusque será reformada. Resta saber, quando!