Neste domingo (26), a União Paroquial realizou ato ecumênico para a celebração do aniversário de 497 anos das 95 teses de Martinho Lutero. O evento aconteceu na quadra da Paróquia Bom Pastor de Confissão Luterana de Brusque,Trata-se de um preparativo das comemorações de aniversário de 500 anos, que acontecerão em 2017.
O culto contou com a presença do pastor dr Nestor Friedrich, presidente da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, com sede em Porto Alegre. Para ele, a celebração serve também para comemorar 190 anos de confissão Luterana no Brasil, em função dos imigrantes vindos da Europa. No século XIX, a Europa passa por uma crise enorme e as perspectivas de trabalho e sobrevivência não existiam. “O povo Luterano vem para o Brasil e não é apenas o alemão, também vieram pessoas expulsas da Europa e trazem consigo a sua fé. Umas das coisas que os luteranos trouxeram, antes mesmo de construir uma igreja, essas pessoas construíram uma escola, ou seja, educação e saber ler escrever eram algo fundamental. Esse é um valor que a reforma trouxe”, pontua o religioso.
Outro valor era tirar todo o conteste de medo que exista em relação à perspectiva de fim de mundo, onde o futuro e as expetativas não existiam. Segundo o pastor, a fé é para não ser escravo de si e mostra que você é um ser humano livre. Umas das coisas que diferenciou os imigrantes que vieram para o Brasil era sua leitura e eles sabiam ler e escrever, além de dispor de uma profissão. “Isso abriu as perspectivas de vida para eles. A igreja era um espaço comunitário e com o foco de não tornar a pessoa refém de uma tutela de uma igreja, onde o principio da liberdade é fundamental”.
A intenção do ato em Brusque é resgatar a história na sociedade atual. “Percebemos na nossa história que a gente não lembra mais o que aconteceu com os primeiros luteranos que vieram para o Brasil. Eles tiveram que lutar por liberdade religiosa. O casamento não era reconhecido. Os imigrantes eram pessoas de segunda classe. Nos cemitérios não poderiam ser sepultados. Hoje, não lembramos mais disso. Os primeiros luteranos, a partir da sua fé e espiritualidade, tiveram que lutar e batalhar para conseguir seu espaço nesse país” finaliza o pastor.