Foi apresentada na noite desta quarta-feira (15), no auditório do Centro Empresarial, Social e Cultural de Brusque (CESCB), uma pesquisa inédita e solicitada pelos sindicatos patronais dos setores têxteis de Brusque e região, o Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem de Brusque, Botuverá e Guabiruba (Sifitec) e o Sindicato das Indústrias do Vestuário de Brusque, Botuverá, Guabiruba e Nova Trento (Sindivest).
Quem realizou a pesquisa foi Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI) e o que aponta o diretor do IEMI, Marcelo Vilim Prado, é que a cadeia produtiva do setor têxtil na região continua sendo relevante, já que no Brasil, há cerca de quatro anos, ela parou de crescer.
“O PIB ( Produto Interno Bruto) também parou e, nos últimos três anos, o ritmo de consumo das famílias desacelerou. Foi isso que afetou a produção nacional além do fator cambio que estimula a entrada de importados e travou a saída de exportação, o que atingiu empresas de cama mesa e banho que era de fato que exportava bastante nesse país e elas estão nessa região de Santa Catarina”.
Mas, mesmo assim, segundo ele, o setor está vendo a confecção de vestuário crescer mais que o mercado do que a indústria como um todo do setor têxtil do Brasil, além de ganhar participação a partir do pólo da região. Ainda, de acordo com Prado, há um potencial muito grande ainda pra frente. "Vemos empresas centenárias sofrendo com esse momento de mercado parado e por estarem mais vulneráveis , algumas pararam ou diminuíram muito”, explicou o diretor da (IEMI).
Segundo Marcelo Vilim Prado, a expectativa é estimular os elos que estão crescendo e procurando uma política de integração maior dentro do pólo dá pra se retomar os elos produtores junto com a confecção do estado que tem tudo a crescer.
“Esse foi primeiro retrato feito sobre a industria da região especificamente e isso foi importante porque é a primeira vez que se conhece quem somos, quanto produzimos o que está crescendo, o que não está crescendo, para identificar oportunidades e procurar caminhos e informações complementares. Então, o primeiro passo foi dado, que é um diagnóstico claro detalhado do pólo isoladamente”.
O presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem de Brusque, Botuverá e Guabiruba, Marcus Schlösser, ressaltou que uma das surpresas do estudo é que o setor têxtil continua sendo o mais importante da economia de Brusque e região.
“Outra surpresa é que apesar da crise pela qual toda cadeia têxtil vem passando o stor cresceu quase um ponto percentual de 2012 para 2013. Outro setor que cresceu foi o metal mecânico, enquanto outros tiveram um decréscimo nesse mesmo período”, disse Schlosser.
Segundo os dados obtidos, o pólo têxtil de Brusque e região conta com 643 empresas em atividade e proporcionou 40 mil postos de trabalho em 2013. As indústrias confeccionistas (linha lar e vestuário) representam 56% do total das empresas da região, seguidas pelas malharias ,com 20%, e pelos beneficiadores, 13%.
Ainda conforme a pesquisa, entre 2009 a 2013, o número de empresas têxteis cresceu 16,7%. Já as empresas de confeccionados tiveram crescimento de apenas 2,3%, com destaque para o vestuário que cresceu 5,1% e as empresas de linha lar recuaram 22,9%.
A pesquisa foi realizada pelos técnicos do instituto durante os meses de abril a setembro de 2014, em empresas têxteis de Brusque, Guabiruba, Botuverá e Nova Trento. O resultado deste levantamento é o Relatório Setorial 2014 – Santa Catarina Têxtil – Pólo de Brusque e Região (Brusque, Botuverá, Guabiruba e Nova Trento).