O julgamento do acusado de matar Jair Antônio Vargas acontece no fórum de Balneário Comburiu às 13 horas desta quinta (25). O assassinato ocorreu no dia 22 de abril de 2009 e, segundo o consta nos autos do processo, a vítima saiu de casa para fazer uma cobrança junto com seu algoz, Vanderson Silveira Meniguini, conhecido também como Preto, que era até então de confiança de Jair, que posteriormente foi encontrado morto, às margens da BR 101 dentro de sua camionete.
No dia 7 de dezembro de 2009, o delegado Eliomar Beber, da Central de Investigação da Polícia Civil de Balneário Camboriú, prendeu o ex-vice-prefeito de Itapema, Rogério Vieira, e Vanderson Silveira Meneghini, o Preto, de 33 anos, acusados pelo assassinato do empresário brusquense.
Em entrevista exclusiva na época, concedida ao jornalismo da Rádio Cidade, o delegado Beber narrou como a Polícia Civil conduziu as investigações desde que o corpo da Jair foi encontrado.
Desde o início a polícia suspeitava de latrocínio (roubo seguido de morte). Pelas características da cena do crime, com Jair sentado no banco do carona de seu próprio veículo e com a marca de um tiro a queima roupa na fronte esquerda. O delegado iniciou os trabalhos baseado no fato de que poderia ter ocorrido o que ele definiu como “fogo amigo”. Ou seja, quem atingiu Jair possivelmente teria sido uma pessoa conhecida e de confiança.
Segundo as investigações, Jair saiu de Brusque por volta das 14 horas com a intenção de receber uma dívida que um cliente de Balneário Camboriú tinha com a empresa da qual era sócio. Como o valor parecia ser alto e Jair não tinha quem o acompanhasse, Preto foi convidado a acompanhá-lo.
Conforme imagens do sistema de monitoramento de um posto de combustíveis às margens da BR-101, a Dakota de Jair chegou em Balneário Camboriú às 15h07min do dia 22. De acordo com os laudos da necropsia, Jair deve ter sido assassinado entre 16h30min e 16h40min.
Como de vez em quando Preto trabalhava como motorista e provavelmente como segurança para Jair, os policiais começaram a investigar o que eles teriam feito naquele dia. No primeiro contato, os policiais ouviram de Preto a história de que ele teria ido a Florianópolis para encontrar uma namorada.
Em conversa com a tal “namorada”, os investigadores logo viram que havia algo de errado no álibi apresentado por Preto. A mulher disse aos policiais que o próprio Preto foi quem pediu que ela confirmasse que os dois estiveram juntos, por volta das 18h30min daquele dia 22 de abril.
O delegado Beber disse que as investigações descobriram que Jair costumava visitar a obra de um condomínio que a empresa dele estava erguendo na Barra Sul, margem esquerda do rio Camboriú, próximo ao local onde o corpo foi deixado. Para o delegado Beber, o “fogo amigo” de Preto foi disparado naquele local.
O envolvimento do ex-vice-prefeito de Itapema, Rogério Vieira, aconteceu porque foram detectadas ligações telefônicas entre o celular dele e o de Preto, momentos após a morte de Jair. De concreto, conforme Beber, somente o fato de Preto - condenado por tráfico de drogas e que estava em regime aberto - ser o assassino de Jair.
Vanderson vai a júri popular por homicídio e a pena para este crime previsto no Código Penal é de 12 a 30 anos de reclusão.